sábado, 8 de outubro de 2016

POLÍTICA - Lula deve pensar mesmo em asilo político?

247 – A foto acima, de Ricardo Stuckert, comprova: nunca houve um líder político tão idolatrado, ao menos por parte do povo brasileiro, como Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda hoje, a despeito de todo o massacre contra o Partido dos Trabalhadores, ele ainda aparece como o primeiro colocado em todas as pesquisas sobre sucessão presidencial.
No entanto, quando se fala de Lula, seu nome é imediatamente associado à ideia de prisão, como se ele fosse o maior troféu da Operação Lava Jato.
Assim que foi eleito prefeito de São Paulo, João Doria Júnior afirmou que irá visitar Lula em Curitiba. Dias antes, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que seus opositores desejam a prisão de Lula, mas não serão burros de fazê-lo, temendo as consequências.
No entanto, desde as eleições municipais, esse cenário de prisão do ex-presidente, que antes parecia improvável, tem sido cada vez mais cogitado.
"A questão não é 'se' ele será preso na Operação Lava Jato, mas 'quando'. Afinal, sua culpa foi determinada desde sempre. É uma operação que não nasce para investigar se há culpa, mas para encontrar algo que justifique uma culpa definida de antemão. Imagino que, nesse momento, Sérgio Moro e o alto comando de sua Wehrmacht curitibana estejam discutindo se a vitória da direita no pleito de domingo significa que Lula já pode ser preso sem risco de comoção popular ou se esse tipo de interpretação é só o discurso oficial a ser veiculado na mídia", escreveu o cientista político Luis Felipe Miguel, da Universidade de Brasília (leia aqui).
Na sequência, dois editores de sites progressistas defenderam o asilo político. Foi o caso de Luis Nassif, do jornal GGN, e Renato Rovai, da Revista Fórum. 
"Haverá dois caminhos para Lula.
 Um deles será buscar o asilo político em alguma embaixada e, fora do país, ter liberdade de ação para denunciar o regime de exceção instaurado.
 O segundo caminho seria aceitar a prisão e transformar-se na reedição de Mandela. Pesa contra essa possibilidade a própria idade de Lula. Até que a democracia seja restabelecida, provavelmente não voltaria a ver a luz do dia.
Com as reações internas débeis à escalada do estado policial, o único obstáculo  às arbitrariedades serão as reações internacionais", escreveu Nassif (leia aqui).
Rovai também foi direito ao ponto. Não vale a pena para Lula esperar o japonês da federal vir algemá-lo. "Já disse aqui e repito, é hora de começar a pensar em se exilar. Não há espaço possível neste momento para uma resistência que mude essa situação. E as urnas de alguma forma deixaram isso claro", afirmou (leia aqui).
Lula, certamente, jamais cogitou essa possibilidade. Quando houve sua condução coercitiva, em março deste ano, atribuiu-se a ele um comentário sobre tal hipótese. "Se me prenderem, viro herói; se me deixarem solto, viro presidente", teria afirmado. Ou seja: o exílio parece fora de questão. Além disso, qual seria a alegação para prender, preventivamente, antes de qualquer processo, um senhor de 71 anos, que, por acaso, foi o presidente mais popular da história do Brasil?

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