quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ANOS DE CHUMBO - Número de desaparecidos pode chegar a 600.

Número de mortos e desaparecidos na ditadura pode ser o triplo.
   
ImageNo momento em que a consciência dos brasileiros se volta para os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade - iniciados há pouco mais de dois meses - e para a necessária e sempre presente luta pela revisão da Lei da Anistia recíproca, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República anuncia que realiza um estudo que poderá triplicar o número de mortos e desaparecidos vitimados pela ditadura.

O senso comum costuma contabilizar entre 350 e 400 mortos e desaparecidos vítimas diretas do regime de exceção no Brasil (1964-1985). A Secretaria de Direitos Humanos lista 357. Há quem fale em bem mais de 400. Os familiares dos assassinados falam em 426.

O levantamento em elaboração pelo Minstério dos Direitos Humanos (a Secretaria Especial da Presidência da República) acredita que há mais 600 vítimas fatais do regime de exceção a serem incluídos nessas listas que arrolam centenas, cuja morte ou desaparecimento têm relação direta ou indireta com a repressão da ditadura.

Aqui houve ditadura, não "ditabranda"


O novo estudo, confirmado a este blog por seus autores na Secretaria Especial da Presidência da República - mas ainda não endossado oficialmente pelo governo - inclui camponeses, sindicalistas, líderes rurais e religiosos, padres, advogados, ambientalistas e outros perseguidos "mortos nos grotões do país" como diz a Folha de S.Paulo entre 1961 e 1988. A maioria teria ocorrido na região amazônica, de 1964 a 1985.

Assim, quando concluído o trabalho e confirmadas as previsões de seus autores, o país poderá constatar ser muito maior - pelo menos o triplo - o número de pessoas assassinadas ou mortas indiretamente por efeito da repressão da ditadura.

E se confirmará, então, o que muitos suspeitam: o contingente de vítimas do regime de força comandado pelo militares é bem maior e coloca por terra o argumento dos que afirmam que aqui o sistema ditatorial foi mais brando.

Como sustentou, por exemplo, em dado momento o jornal Folha de S.Paulo, que chegou a dizer que nem se poderia chamar o regime miltiar no Brasil de ditadura, porque aqui teria sido uma "ditabranda", mais suave do que os regimes militares que vigoraram entre os anos 60 e 90 em um grande número de países do nosso continente.

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