quinta-feira, 2 de agosto de 2012

POLÍTICA - Ex-marido da Dilma quer voltar à política.

Ex-marido de Dilma critica PT e quer voltar para política pelo PDT

Doze anos após abandonar a política por causa de uma decepção com líderes do PDT no Rio Grande do Sul, um dos deputados mais votados na década de 1980 pretende retornar ao partido que ajudou a fundar. Ex-marido de Dilma Rousseff, o advogado Carlos Franklin Paixão de Araújo é considerado o maior confidente da presidente da República, a quem ele classifica como uma grande amiga. De prosa simples e com muitas histórias para contar, Carlos Araújo recebeu o Terra em sua casa, na zona sul de Porto Alegre, onde confirmou o desejo de retornar à política.
A entrevista é de Angela Chagas e publicada pelo Portal Terra, 31-07-2012.

"Quero me filiar de novo porque tenho muita vontade de fazer política, mas como eu vou fazer é o que eu ainda não sei", disse Araújo. Apesar de não ter planos de disputar um cargo público novamente, o advogado quer ajudar a reerguer o trabalhismo que, segundo ele, perdeu suas raízes nos últimos anos. "O PDT está descaracterizado, mas eu acho que logo vão surgir novas lideranças", afirmou ao criticar o atual presidente da sigla, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi.

Na casa na beira do Guaíba, Carlos Araújo divide as tarefas da advocacia com as leituras sobre Getúlio Vargas. Orgulhoso do trabalho de Dilma, ele relatou a luta do casal que se conheceu nas reuniões dos grupos de esquerda e que passou a dividir os sonhos de liberdade e os dramas da tortura e da repressão. Sobre a instalação da Comissão da Verdade para elucidar os crimes cometidos na ditadura, Araújo disse que espera que a sociedade cubra a devida punição aos envolvidos. "Eu acho que não cometi crime nenhum durante a ditadura e mesmo assim fui condenado, agora por que esses caras que fizeram horrores, que mataram, torturaram, não podem ser condenados também?", questionou.

Em uma conversa de quase duas horas, o ex-deputado ainda falou sobre o julgamento do mensalão, que começa nesta quinta-feira, dia 2. "Eu acho tudo isso uma barbaridade, um absurdo. Não tem provas contra ninguém. É um julgamento político incentivado por uma mídia que nós sabemos bem como é", disse, mesmo sem deixar de criticar o partido de Dilma. "Eu sempre tive uma visão muito crítica do PT. Uma coisa é a liderança do Lula, que é incontestável, mas o PT hoje é muito mais uma força eleitoral do que uma força política. Não diria que é uma falsa esquerda, mas as divergências dentro do partido são tão grandes que está virando de tudo um pouco. Eu digo até que virou um PMDB de esquerda, infelizmente".

Eis a entrevista.
Por que após a ditadura o senhor resolveu se filiar ao PDT de Leonel Brizola. O PT não seria o caminho mais natural?
O que eu aprendi depois de estudar muito, principalmente na cadeia, foi que todos os movimentos sociais e revolucionários fortes se constroem em cima de um grande líder. No Brasil foi assim com Getúlio Vargas e Jango. Quando surgiu o Lula, com as greves no ABC Paulista, eu logo procurei ele, sempre achando que deveríamos seguir esse veio da história, do trabalhismo. Mas o PT surgiu com muita pretensão, dizendo que a história começava dali para frente. E eu achei que não era bem assim. Eu não tinha nenhum vínculo com o trabalhismo, mas via que todas as sociedades que haviam prosperado tinham respeitado suas forças sociais, sua história. Por isso fui para o trabalhismo, me aliei ao Brizola porque achava que ele respeitava isso, e ainda tinha forte liderança, poderia levar essa luta adiante.
O senhor tentou levar o Lula para o partido do Brizola?
Sim. Eu e a Dilma fomos para Lisboa para uma reunião com o Brizola, na época ainda antes de se formar os partidos. Eu fiz uma parada em São Paulo para tentar convencer o Lula a ir junto conversar com o Brizola. Mas ele disse que não iria.
O senhor acha que o PT é uma falsa esquerda?
Eu sempre tive uma visão muito crítica do PT. Uma coisa é a liderança do Lula, que é incontestável, mas o PT hoje é muito mais uma força eleitoral do que uma força política. Não diria que é uma falsa esquerda, mas as divergências dentro do partido são tão grandes que está virando de tudo um pouco. Eu digo até que virou um PMDB de esquerda, infelizmente. Claro que a gente tem que respeitar, primeiro porque é uma grande força eleitoral, segundo porque lá dentro tem quadros de melhor qualidade. Mas eu acredito que o trabalhismo ainda vai desempenhar um papel forte no futuro.

Como o senhor avalia o PDT hoje, sob o comando do ex-ministro Carlos Lupi?
É um pavor. Eu acho que o PDT está descaracterizado, sem liderança depois da morte do Brizola, mas logo devem surgir novos líderes que vão recuperar isso.

Poderia citar quem teria condições de ser um líder no PDT?
Eu acho que vão surgindo lideranças, não posso chegar e dizer vai ser essa, vai ser aquela. Aqui em Porto Alegre, por exemplo, o PDT tem quase mil jovens, é emocionante ver essa gurizada querendo fazer política. E tem os próprios netos do Brizola, que vão acabar desempenhando um papel importante. Um é vereador no Rio de Janeiro, um é ministro e a Juliana é deputada no Rio Grande do Sul. Mas acho que vai ser bom para o País se o PDT retomar a sua tradição, as raízes trabalhistas.

O senhor teve alguma decepção com o Brizola?
Não, é preciso entender o Brizola. Ele foi um governador tão bom no Rio de Janeiro que foi reeleito. Acho que cometeu alguns erros, alguns equívocos, mas muito por causa dessa disputa com o PT. O que aconteceu é que surgiram duas grandes forças na esquerda, e isso dividiu o movimento. O PDT com o tempo foi perdendo espaço para o PT e não soube superar isso. Faço uma observação, não é crítica, de que quando o Brizola foi para a Europa e se aliou à socialdemocracia, principalmente à alemã, acho que isso fez mal para ele, porque o Brizola perdeu suas características próprias, que o tornavam uma figura rara, e adquiriu essa nova postura. Isso o levou a uma certa hibridez. Mas isso não desmerece o Brizola, ele foi um grande líder, tivemos algumas desavenças, mas ele foi muito importante.

O Brizola foi contra a sua candidatura à prefeitura de Porto Alegre em 1988?
Sim, no primeiro momento ele foi contra. O Brizola queria uma candidatura mais conservadora, achava que Porto Alegre não era uma cidade preparada para ter uma pessoa de esquerda no comando, preferia que fosse o Carrion, e eu concordei. Mas ele acabou mudando e ideia porque viu a manifestação do partido ao meu favor, viu que não tinha como impor uma candidatura.

A sua derrota para o petista Olívio Dutra nessa eleição foi culpa do seu companheiro de partido Alceu Collares?
Sim, o Collares era prefeito de Porto Alegre. Eu estava em primeiro lugar nas pesquisas e uma semana antes da eleição estourou uma greve dos lixeiros. A cidade ficou imunda até o dia da eleição e não houve empenho nenhum do prefeito, que era do meu partido, em terminar a greve. Então fui derrotado.

O senhor saiu do PDT por causa disso?
Eu saí mais tarde, quando o Collares foi candidato a prefeito em 2000. Eu não queria votar nele, por tudo que aconteceu, mas não podia desrespeitar a orientação do meu partido. Então para evitar isso eu saí do PDT.
O senhor então apoiou o candidato do PT?
Sim, apoiei o Tarso Genro.

A Dilma já havia deixado o PDT e se filiado ao PT. Por que o senhor optou por ficar sem partido?
Eu não quis me filiar mais a nenhuma partido, primeiro porque estava doente, tive enfisema pulmonar e fiquei com muita dificuldade de fazer trabalho político. Segundo porque eu já tinha uma visão política crítica do PT, de que o caminho brasileiro passa pelo trabalhismo. Quanto mais eu conheço Getúlio Vargas, Jango e Brizola, mais me convenço disso. Getúlio Vargas é o político que mais se escreveu sobre a sua trajetória, mas para mim é o político mais desconhecido, porque quem escreveu sobre ele ou fazia parte de uma esquerda que inventou teses absurdas sobre ele, cheia de preconceito, ou fazia parte de uma direita que o odiava.

Como o senhor avalia a democracia no Brasil hoje?
Acho que a democracia avançou muito no seu aspecto político, da liberdade de se criar partidos, a liberdade nas eleições, não há discriminação contra ninguém. Também vejo que há uma liberdade social, à medida que as camadas populares estão adquirindo mais conhecimento, estão começando a compreender mais as coisas. E há um avanço também na democracia econômica, superando aquela ideia de esperar o bolo crescer para dividir, mas dividindo enquanto vai crescendo. As pessoas têm um salário real bem melhor do que tinham antigamente.
O PT foi fundamental para se alcançar esses avanços?
Sim, principalmente por causa da grande força eleitoral do partido, e também pela expressão política de suas lideranças.

O senhor tem interesse em se filiar novamente a algum partido, fazer política de novo?
Sim, quero me filiar de novo porque tenho muita vontade de fazer política. Como eu vou fazer é o que eu ainda não sei.

Qual partido o senhor pretende se filiar?
Ao PDT.

O senhor tem alguma influência no governo da presidente Dilma?
Não, eu não dou nenhum palpite, não tenho nenhuma influência no governo dela. Somos grandes amigos, nada mais. Ela dirige esse País com as ideias dela.
Foi uma surpresa para o senhor a eleição da Dilma?
Foi uma surpresa para mim, para ela também quando foi decidido que ela seria candidata. Mas eu sabia que ela faria um grande governo, porque ela estava muito preparada. Me sinto muito orgulhoso porque as grandes ações estão começando a acontecer.

Como o senhor conheceu a presidente Dilma?
Conheci a Dilma na primeira reunião dos grupos de esquerda, ela fazia parte da Colina (Comando de Libertação Nacional) de Minas Gerais. Foi no Rio de Janeiro, em janeiro de 1969. Marcamos uma segunda reunião dos grupos um mês depois. Chegamos lá e houve um envolvimento muito grande entre nós dois. Fomos morar juntos logo em seguida, sentimos essa atração forte e juntamos os trapos.
Como era a atuação do senhor e da Dilma no movimento contra a ditadura?
Nós fazíamos o trabalho urbano, de organização. Tinha um setor militar que fazia as ações armadas, e nós ficávamos com o trabalho de massa, de organização do movimento.

Como foi a participação de vocês no assalto ao cofre do governador paulista Adhemar de Barros?
Não tivemos participação física no assalto. A participação minha e da Dilma foi na decisão de fazer a operação. Somos responsáveis, tanto quanto qualquer outro companheiro da direção do movimento, que eram nós e mais três, pela decisão de fazer o assalto. Avaliamos toda a operação, se era viável, mas não participamos do assalto em si porque não era atribuição do nosso setor.

Como vocês conseguiram trocar o dinheiro do assalto?
Na época era muito dinheiro, quase US$ 2,5 milhões. A gente precisava desse dinheiro, tinha muita gente de outros Estados que foi para o Rio de Janeiro, porque lá era mais fácil para alugar um apartamento, ninguém pedia documento, não queriam saber quem você era. Mas era muita gente, estávamos precisando fazer uma ação em banco por dia praticamente para manter a estrutura do movimento. Por isso que decidimos fazer um assalto grande para não precisar mais das ações nos bancos. Um milhão de dólares nós levamos para a embaixada da Argélia, que ficou responsável por mandar para os companheiros que estavam passando por dificuldades, até passando fome lá fora. A outra parte a gente dividiu por setores e Estados também. Foi até engraçado, porque tínhamos uma mala de dólares, mas não tínhamos dinheiro para fazer nada, nós precisávamos trocar. Foi então que decidimos pegar duas companheiras, que sabiam inglês, e elas foram numa casa de câmbio atrás do Copacabana Palace. Colocaram as melhores roupas que tinham, eram mulheres muito bonitas, e conseguiram trocar um pouco do dinheiro. Outro dia conseguimos trocar um pouco mais. Mas também tínhamos que tomar cuidado, porque já tinha saído no jornal. Foi então que, 72 horas depois do assalto, o Bradesco veio nos procurar porque queria trocar todo o dinheiro, com câmbio superior ao oficial. Resolvemos nos encontrar com eles e trocamos o restante do dinheiro.

Uma das jovens que trocou o dinheiro do assalto era a Dilma?
Sim, era a Dilma. A outra era a Dodô, a Maria Auxiliadora, uma médica que depois acabou se matando na Alemanha. Eram mulheres muito bonitas, fizeram o papel delas sem problema nenhum.
Como o senhor reagiu com a prisão da Dilma?
Como não saiu a fusão com a VPR (organização comandada por Carlos Lamarca), o nosso grupo (VAR-PALMARES) precisava de uma força em São Paulo e coube a ela organizar tudo lá. Ficamos separados por um tempo, eu continuei no Rio. Ela foi presa lá, um ano depois de termos nos conhecido. Foi um choque terrível porque eu ficava imaginando o sofrimento que ela estava passando na cadeia.
Pouco tempo depois o senhor foi preso. O senhor passou por muitas sessões de tortura?
A tortura é a coisa mais terrível que pode acontecer no mundo, você fica a mercê, podem fazer o que quiserem contigo. Me colocaram no pau-de-arara, ficaram dando paulada, choque elétrico. Colocaram fios nas extremidades do corpo para o choque fosse maior, nos órgãos genitais, na língua, nos dedos. Depois eles ligavam a televisão, quando trocavam de canal dava o choque horrível. A pessoa fica vulnerável, ninguém sob tortura quer continuar vivendo, quer morrer logo. Entre a dor continuada e a morte, toda pessoa prefere a morte.

O senhor pensou em se suicidar?
Naquela época, nenhum de nós estava preparado para ser torturado, na verdade ninguém nunca está preparado para isso. Mas naquela época todos nós achávamos que éramos fortes, que iríamos aguentar. Mas chega lá e não era nada disso. Então ficávamos apavorados. No fim do primeiro dia de tortura eu vi que não iria aguentar mais e decidi que a coisa mais digna a faze era me matar. Menti para eles ao contar que tinha um encontro marcado com o Lamarca no outro dia. Escolhi um lugar fácil de se matar, numa rua por onde passavam muitos caminhões, jamantas, era só jogar o corpo para frente e morrer. Pensei primeiro em me jogar em baixo de um DKV, mas aí veio o instinto de sobrevivência e pensei que era um carro muito pesado. Pensei em me jogar em baixo de um fusca, mas era muito baixo. Então me atirei em uma Kombi, que era mais altinha. Eles me levaram para o hospital e eu me livrei da tortura.

Tentaram lhe torturar no hospital?
Sim, no Hospital Militar, mas as freiras não deixaram. Elas fizeram um banzé lá dentro e me salvaram. Aí eu consegui o tempo que queria. Quando voltei para a prisão, eu não tinha mais nada para falar porque a aquela altura tudo já tinha se modificado, minhas informações não eram mais importantes para eles. Eu até fui torturado mais algumas vezes, mas pouco.

O senhor lembra quem foram os torturadores?
Eu não guardei os nomes deles. Às vezes eu vejo na imprensa a fotografa de um, de outro, aí me lembro. Mas o principal torturador da época, esse eu me lembro, era o capitão Albernaz.

Ele torturou a Dilma também?
Sim, na época era o maior torturador. Fiquei sabendo que ele morreu louco.

O senhor sente ódio dessas pessoas?
Não, eu não posso pessoalizar. Se não fosse o Pedro, era o João. Tem várias coisas que estão por trás disso, para torturar a pessoa, ou tem um problema mental ou tem que estar drogado. Eles se drogavam violentamente lá dentro.
O senhor viu os torturadores se drogando?
Sim, eles se drogavam na nossa frente. Usavam cocaína e injetavam na veia também, essas drogas que alucinam. Então eu não tenho como ter um sentimento por essas pessoas, nem mesmo ódio. O que eu condeno é o sistema, que precisou usar desses métodos para permanecer no poder.
Hoje, com a instalação da Comissão da Verdade, o senhor gostaria que essas pessoas fossem punidas?
Eu fui julgado, fui condenado, e os meus companheiros da esquerda também. Agora por que os torturadores não podem ser julgados? Todos devem ser julgados. Eu acho que não cometi crime nenhum durante a ditadura e mesmo assim fui condenado, agora por que aqueles caras que fizeram horrores, que mataram, torturaram, não podem ser condenados?

A esquerda armada deveria ser julgada também?
A esquerda já foi julgada. É muito raro encontrar um cara que não tenha sido julgado, condenado, muito pegaram cadeia grande.
A comissão deveria resultar na revisão da Lei da Anistia?
Ela não tem competência para isso. Eu particularmente acho que mais cedo ou mais tarde a Lei da Anistia vai ser revisada, hoje tem uma jurisprudência internacional que diz que tortura e sequestro não prescrevem nunca, então isso não está prescrito e precisa ser revisto. Mas o processo histórico vai dizer, para mim o fundamental é que tudo venha à tona, pois a sociedade vai reagir e vai cobrar essa punição. O Supremo Tribunal Federal entendeu que estão todos anistiados, que os crimes foram prescritos, então a sociedade precisou procurar alternativas diante disso, principalmente os familiares dos mortos. O que começou a ser feito: ir às casas dos torturadores, denunciar quem torturou. São coisas que não precisavam ser feitas se o Supremo tivesse mandado todo mundo a julgamento. Por causa dessa decisão equivocada, a sociedade precisa tomar as suas medidas. O ideal é que as coisas fossem feitas pelo próprio Estado.

A presidente Dilma foi corajosa ao instalar a comissão?
Eu acho que ela foi muito corajosa sim, porque um povo que não conhece a sua história não pode planejar o futuro. Não podemos temer a nossa história, e sim conhecer tudo como realmente aconteceu para termos uma prática presente e planejar o futuro. Esse trabalho de colocar tudo em pratos limpos é fundamental.

Sobre o início do julgamento do mensalão na próxima semana, qual a sua expectativa?
Eu acho tudo isso uma barbaridade, um absurdo. Não tem uma prova contra ninguém. É um julgamento político incentivado por uma mídia que nós sabemos como é, enquanto tem outro mensalão, do PSDB, que eles não falam, estão deixando prescrever. Todo mundo sabe que no Brasil existe uma legislação absurda, que permite a coligação política dos partidos, mas não autoriza a coligação econômica entre eles. Isso todos os partidos tem, o chamado caixa dois, agora não tem nenhuma prova de que tenha dinheiro público, dinheiro do governo envolvido. É uma vergonha.

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