sexta-feira, 16 de agosto de 2019

POLÍTICA - Vaza Jato.


O jornalista Glenn Greenwald está adotando uma estratégia muito interessante e inédita no Brasil, para a divulgação dos diálogos escusos entre procuradores e o judiciário. Editor do The Intercept Brasil, Glenn começa a vencer a mídia pelo cansaço


Com um vasto material de divulgação, a divulgação a conta-gotas acaba deixando os envolvidos, Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e demais procuradores, em tensão permanente. Não há uma explosão mas, a iminência de algo muito grave que poderá sair a qualquer momento

A tensão permanente gera uma série de erros de estratégia dos envolvidos, incluindo o próprio governo Bolsonaro. Enquanto Moro correu para prender os supostos hackers, ao fazê-lo, acabou ratificando a veracidade do material. Assim, o principal discurso de Moro, Dallagnol e Globo, são os de que houve um crime e esse material teria sido adulterado, caiu por terra. Agora, as provas são legais, por que teriam sido obtidas pela Polícia Federal, em operação formal e são reais, por que o suposto hacker confirmou a veracidade, em depoimento.
Pelo cansaço, Glenn transformou Sérgio Moro em escada para piadas grotescas de Bolsonaro, em “lives” do Twiiter. De avalista do governo, o ex-super-juiz se tornou um papagaio de pirata, que faz mais peso contra que a favor de Bolsonaro.
Dallagnol tem uma série de pedidos de afastamento e, pela primeira vez, o CNMP manteve denúncia e reclamação contra o procurador-chefe da Lava Jato de Curitiba. O que também um torna, um morto-vivo, ao lado de Moro.
Com isso, o jornalista vencedor do Pulitzer e considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, vai montando a maior rede de divulgação de conteúdos da história do país. A Vaza Jato já conta com a parceria com o UOL, através de Reinaldo Azevedo, com a Folha de São Paulo, a Veja, o El País e já conta com o pedido de divulgação pelo Buzz Feed.
A dimensão do conjunto de divulgação e pesquisa, amplia a pressão sobre o Estadão e a Rede Globo, tradicionais parceiras. Já circula nos meios de comunicação que a Globo já está estudando entrar na rede de divulgação, principalmente, por dar as reformas como certas independente de Bolsonaro, o que abriria caminho para forçar a sua queda.
Quando Glenn divulgou os dados da NSA, no caso Snowden, foram meses de divulgação ininterrupta de material que minou a capacidade de negociação dos EUA, com países como o Brasil, que era espionado. Por aqui, só restou a saída de um apoio a golpe aberto no congresso, com a ajuda de Moro e demais procuradores subalternos. Na Alemanha, a proximidade incondicional que era normal desde o fim da segunda guerra mundial, ficou absolutamente abalada, com a espionagem a Angela Merkel.
O resultado, nos EUA, foi a ascensão de Donald Trump. Não que o seu material tivesse gerado o monstro mas, abriu caminho para a derrocada da arrogância americana, por uma nostalgia que fez o governo americano a voltar para o século XX, enquanto a China e Rússia adentram a era digital.
Glenn não é novato, nem inexperiente, sabe o que diz e sabe o que faz. Não é multipremiado a toa. Enquanto isso, o “barata-voa” ronda o sono de Moro, Dallagnol, procuradores, STF, Planalto e outros. Na estratégia da tortura chinesa, o The Intercept começa a capturar a pauta da mídia e quando todos estiverem envolvidos, a bomba sairá em todos os veículos ao mesmo tempo. Inteligente, concordam?!

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