terça-feira, 17 de setembro de 2019

POLÍTICA - Mais ilegalidades da turma de Curitiba.


A parceria entre a Lava Jato e os advogados das grandes ações contra a Petrobras

Por
 Luis Nassif
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As últimas revelações do dossiê Vaza Jato confirmam a parceria da Lava Jato com advogados, nas grandes ações que custaram mais à Petrobras do que todos os cálculos, ainda que superestimados, de corrupção.
As ações contra a Petrobras, que correram nos Estados Unidos, foram alimentadas por informações da Lava Jato. Custaram à Petrobras mais de US$ 3 bilhões, e a tiraram da condição de vítima, para a de ré. A contrapartida da Lava Jato foram os R$ 2,5 bilhões que receberiam para serem administrados pelos próprios procuradores da Lava Jato.

O escândalo maior é que, desses R$ 2,5 bilhões, reservou-se R$ 1,25 bilhão para ressarcimento de acionistas brasileiros, nas ações propostas por aqui, seguindo o modelo das ações americanas. E o grande advogado desses acionistas é Modesto Carvalhosa.
Os diálogos divulgados hoje mostram os procuradores Thamea Danelon e Deltan Dallagnol preparando a minuta com a qual Carvalhosa arguiu o impeachment de Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A revelação não apenas liquida com as pretensões de Thamea, de participar da equipe do próximo Procurador Geral da República Augusto Aras, como a expõe definitivamente, assim como a Dallagnol, a punições severas do Conselho Nacional do Ministério Público.
O que causa mais espanto não é nem a falta de escrúpulos da procuradora, mas o fato de ter chegado onde chegou, sendo uma procuradora sem maiores destaques em sua atuação profissional. Tornou-se uma das pontas de lança das manipulações da Lava Jato porque a chefia falhou, a corregedoria falhou, a Procuradoria Geral da República não orientou e a Associação Nacional dos Procuradores da República apoiou.

Esses deslumbrados cairão um a um. Mas a culpa pela próxima perda de prerrogativas do MPF será exclusivamente das chefias, que fecharam os olhos para todos os abusos.

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