Em ato nesta manhã, no porto de Niterói, o ex-presidente Lula conversou com trabalhadores da indústria naval, colhendo um relato da grave situação em que se encontra o setor, totalmente sucateado no governo de Jair Bolsonaro. Lula assumiu o compromisso público de retomar a política de conteúdo local na indústria do petróleo, reativando a indústria naval. No governo Lula, a indústria naval chegou a gerar 80 mil empregos no Brasil e 500 mil indiretos. Hoje, os empregos diretos não passam de 16 mil. No momento mais pujante, O Rio chegou a ter 40 mil trabalhadores no setor, com 200 mil indiretos. Hoje, não passa de 4 mil. A política neoliberal de Paulo Guedes aniquilou a indústria naval brasileira. Recentemente, a Petrobras contratou na Asia, parte na China e parte em Singapura, duas grandes plataformas no Campo de Búzios, localizado na Bacia de Santos, obra com capacidade de gerar 8 mil empregos diretos e 50 mil indiretos. Lula conversou com trabalhadores e não ficou nada satisfeito com o que ouviu. Os funcionários relataram o sucateamento de unidades e a dificuldade nas operações desde a Lava Jato. “Nós, em pouco tempo, conseguimos criar uma indústria naval competitiva e poderosa. O Brasil poderia ter uma das maiores indústrias navais do mundo”, afirmou o ex-presidente. “Quando descobrimos o pré-sal, tinha gente que não acreditava que conseguiríamos explorar. E conseguimos tirar petróleo a 7 mil metros de profundidade. Já visitei tantos estaleiros ao longo da minha vida, mas hoje volto ao Rio com tristeza vendo o desmonte da indústria naval”, ressaltou. Lula continuou a criticar o atual momento do país. “Deixamos de ser grandes pra voltar a ser pequenos. Deixamos de produzir conteúdo nacional pra virar vira-lata de outras economias. Temos engenharia, tecnologia e mão de obra qualificada. Apenas no estado do Rio de Janeiro, a indústria naval tinha 33 mil trabalhadores. Hoje, são 7 mil”, lamentou. “Quero mandar um recado aos trabalhadores da indústria naval: não deixem destruírem o que vocês construíram. São 15 milhões de brasileiros desempregados. A gente tem que reagir e defender esse país. O Brasil não é do Bolsonaro”, disse Lula. O ex-presidente destacou, ainda, que o governo de Jair Bolsonaro é responsável pelo cenário de dificuldades. “Os trabalhadores construíram. O governo incentivou, mas vocês construíram. Quem perde é o povo trabalhador. Ou a gente reage e defende o país, que não é de Bolsonaro, banqueiro, fazendeiro. Está na hora de a gente dizer: deixem alguém governar esse país com competência. Americanos nunca aceitaram a ideia de partilha, de fundo social. Um outro Brasil é possível”, afirmou. “A Petrobras não é apenas uma empresa de petróleo. É importante para o desenvolvimento nacional. Ela investe muito em pesquisa e pode ajudar outras indústrias, como a de óleo e gás e a indústria naval”, relatou. “O país só será rico quando o povo tiver dinheiro, não é quando o empresário tiver dinheiro… Aí a gente consegue gerando emprego, salário”, completou Em audiência pública com deputados estaduais, promovida pelo Presidente André Ceciliano, o então presidente da Petrobras Roberto Castelo Branco disse, sem rodeios, que iria contratar sim na Asia porque o púnico critério levado em conta seria o preço do serviço contratado. A geração de emprego no país, na opinião do então dirigente da estatal, não era prioridade da empresa. Estão fechados atualmente três grandes estaleiros: o Eisa, o Mauá e o Ishibras. O Brasfells, Angra dos Reis, trabalha com 90% por cento de capacidade ociosa. Hoje, as petroleiras, especialmente a Petrobras, preferem pagar multa à ANP a cumprir às exigências de conteúdo local. Veja o vídeo |
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