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| Cano (E) assumiu o comando das Farc após a morte de Marulanda (D) |
O novo líder do grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Alfonso Cano, propôs em um comunicado a abertura de diálogo com o governo colombiano para negociar um acordo humanitário que prevê a libertação de reféns em poder da guerrilha em troca de guerrilheiros presos.
O comunicado, divulgado nesta terça-feira pelo canal de televisão RCN, teria sido elaborado antes do resgate de Ingrid Betancourt e de outros 14 reféns em uma operação do Exército colombiano, na última quarta-feira.
"Nossa proposta de nos encontrarmos com o governo para precisar os termos de um acordo continua vigente", diz o comunicado.
"Persistiremos em nossos esforços para alcançar a paz democrática pelas vias civilizadas do diálogo, tal como temos feito durante mais de 44 anos", diz o documento.
De acordo com o canal colombiano, o documento teria sido escrito por Cano e entregue pelo Secretariado das Farc aos mediadores Jean Paul Gontard, da Suíça, e Noël Saez, da França, que estiveram na selva colombiana pouco antes do resgate dos reféns.
Cano assumiu o comando das Farc após a morte de seu líder e fundador, Manuel Marulanda, em março deste ano.
No comunicado, as Farc designam Iván Márquez como o novo "chanceler" do grupo, cargo anteriormente ocupado por Raúl Reyes, morto em 1º de março pelo Exército colombiano, no araque a um acampamento do grupo no Equador.
'Contato direto'
Nesta terça-feira, o alto comissário para Paz da Presidência da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, afirmou que o governo colombiano abrirá mão de mediadores internacionais e buscará um "contato direto" com as Farc.
"Há uma decisão já tomada. Depois da libertação de um grande grupo de seqüestrados, vamos colocar em marcha esse contato direto", disse Restrepo a uma rádio local.
"Acreditamos que tem de haver uma avaliação. Há dificuldades com os mediadores, as Farc estão fraturadas e é melhor o contato direto, entre outras coisas, para falar de paz."
A mudança de postura do governo colombiano em relação aos mediadores ocorre depois de o jornal El Tiempo ter revelado a existência de supostos documentos encontrados no computador de Reyes que demonstrariam envolvimento de Gontard em um suposto envio de US$ 500 mil para a Costa Rica, dinheiro que seria usado no pagamento de resgate de reféns das Farc.
OEA
Em uma sessão extraordinária, o Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) pediu à guerrilha que liberte todos os reféns em seu poder incondicionalmente.
"A OEA declara que o seqüestro é um crime atroz e clama às Farc e a todos os grupos à margem da lei na Colômbia a libertação imediata e sem condições, sãs e salvas, de todas as pessoas que mantêm seqüestradas", diz a declaração aprovada nesta terça-feira.
O organismo pediu à guerrilha colombiana "abandonar a violência e estabelecer um diálogo com as autoridades colombianas".

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