sábado, 18 de outubro de 2008

ARTIGO - O carácter de classe da candidatura Obama.

Larry Holmes (Workers World).

A campanha presidencial de Obama não foi lançada por um movimento de massas mas por uma parte da classe governante dos EUA e do seu aparelho político. Alguns apoiaram-no para combater os Clinton dentro do Partido Democrático, mas outras daquelas forças vêem-no mais bem preparado do que Hillary Clinton e McCain para enfrentar a crise central do imperialismo norte-americano. Querem encontrar uma forma de deter o rápido desgaste da posição dos EUA como poder económico e militar dominante.

Para Obama e os seus aliados da classe governante, a chamada política neoconservadora, que se baseia na força militar para recolonizar o Médio Oriente e dominar o mundo, foi uma completa catástrofe, deixando em ruínas o poder do imperialismo norte-americano. Obama e os seus aliados querem tentar uma abordagem diferente, mais em sintonia com a nova ordem capitalista transnacional criada pela globalização. Para inverter o desgaste da posição mundial dos EUA, Obama quer deixar de se apoiar unicamente na força militar e dar uma cara mais amigável ao imperialismo para reforçar a capacidade de competir economicamente com a China, a Índia, a Europa, a América Latina, etc.

A contradição é que os problemas do sistema capitalista são tantos e tão graves que Obama nem mesmo com novas ideias os pode resolver. O quase total colapso do sistema bancário mundial; o início de uma crise possivelmente mais violenta que a dos anos 30; o atoleiro de duas guerras (Iraque e Afeganistão) que os EUA não podem ganhar nem abandonar; e agora também uma confrontação com a Rússia – eis os problemas que enfrenta o imperialismo norte-americano.

Muitos receiam que o racismo ou uma bala enterrem a candidatura de Obama – o que é uma possibilidade. Mas o problema mais sério é que Obama está cativo do sistema que procura servir como presidente. Se Obama quer chegar à Casa Branca terá de aguentar todos os ataques e sorrir porque o que ele precisa não é a aprovação das massas mas a da classe dominante capitalista. A campanha presidencial é simplesmente um entendimento entre eles.
Fonte: Blog Mudar de Vida.

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