por Michelle Amaral da Silva
O presidente eleito dos Estados Unidos afirmou, neste domingo (11), que não poderá cumprir sua promessa de campanha nos primeiros cem dias de seu governo, no entantoreiterou a promessa de fechar a prisão
O presidente eleito dos Estados Unidos afirmou, neste domingo (11), que não poderá cumprir sua promessa de campanha nos primeiros cem dias de seu governo, no entantoreiterou a promessa de fechar a prisão
Vermelho
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo (11) que não poderá cumprir sua promessa de campanha de fechar a vergonhosa prisão da base de Guantánamo (Cuba) nos primeiros cem dias de seu governo. “É muito mais difícil do que muita gente acredita”, declarou Obama em entrevista à rede de televisão ABC.
Perguntado sobre sua promessa de fechar a prisão. Obama — que tomará posse no próximo dia 20 de janeiro — reiterou seu interesse em desativar a prisão norte-americana localizada em Cuba. “Acredito que vai levar algum tempo, mas as nossas equipas de juristas vão trabalhar com responsáveis pela segurança nacional para sabermos exatamente o que temos de fazer”, sublinhou.
No entanto, Barack Obama reiterou a promessa de fechar a prisão. “Não quero que haja ambigüidades sobre esta questão. Vamos fechar Guantánamo e vamos fazê-lo de maneira a garantirmos que os nossos procedimentos respeitam a nossa constituição.” A prisão de Guantánamo é acusada por diversas organizações de violar os direitos humanos. Cerca de 250 suspeitos de terrorismo continuam presos, dos quase 800 que passaram por ali. A maioria permaneceu sem julgamento, acusação nem acesso a advogados.
Neste domingo, completa sete anos desde que os primeiros suspeitos de terrorismo chegaram a Guantánamo encapuzados e com as mãos algemadas em um avião militar. Os primeiros presos do centro de detenção — que virou um dos símbolos da Administração Bush e um controverso ícone da guerra contra o terrorismo, iniciada depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001 — voaram do Afeganistão.
Quando chegaram a seu destino, foram inicialmente trancados em jaulas abertas, para depois serem alocados em celas construídas às pressas. Alguns eram talibãs, outros eram agentes da Al Qaeda e muitos foram vendidos aos Estados Unidos pelos senhores da guerra do Afeganistão ou capturados em solo afegão simplesmente por serem árabes.
Obama terá que tomar uma decisão rapidamente. Em 26 de janeiro, seis dias após sua posse, começa o julgamento do canadense Omar Kahdr, que foi detido no Afeganistão quando tinha 15 anos. Nesse dia, Kahdr terá de comparecer numa das cortes antiterroristas criadas pelo governo de George W. Bush em uma pista de aterrissagem da Segunda Guerra Mundial em Guantánamo. As regras especiais desses tribunais permitem até a apresentação de confissões obtidas sob tortura.
Na opinião de Sarah Mendelson, especialista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), Obama "precisa anunciar um plano específico antes dessa data" — do contrário dará um apoio implícito a essas cortes. Mas nem mesmo aqueles que mais opõem a Guantánamo acham que Obama conseguirá cumprir de imediato sua promessa de trancar a prisão. Mendelson acha que levará um ano até o governo encontrar um destino para os prisioneiros.
As organizações de direitos humanos querem que os prisioneiros sejam julgados em tribunais normais ou que sejam libertados. Obama ainda não esclareceu sua posição. Contudo, pouco após sua vitória nas eleições de novembro, vazou a informação de que sua equipe cogitava criar tribunais nacionais de segurança — outra tentativa para a criação de cortes especiais para os detidos.
"Não há necessidade de isso ser feito. As cortes federais processaram com sucesso mais de 100 casos de terrorismo nos últimos sete anos", observou Mariner. O Centro para o Progresso Americano, vinculado ao Partido Democrata, sugeriu que o prisioneiros perigosos não sejam julgados e permaneçam encarcerados por tempo indeterminado, em território nacional ou em prisões no Afeganistão.
Essas propostas preocupam os grupos que neste fim de semana, como fizeram em anos anteriores, vestirão macacões laranjas para promover protestos ao redor do mundo. "Obama precisa de apoio e também de um pouco de pressão", disse Frida Berrigan, que se reunirá com outras 200 pessoas na manifestação que acontecerá em Washington.
Em 2005, junto com outros membros do grupo Testemunhas contra a Tortura, Berrigan caminhou cinco dias por Cuba até chegar aos portões da base militar americana de Guantánamo, onde todos pediram o fechamento da prisão. Desde então, a opinião pública americana mudou radicalmente — e até Bush disse que quer fechar a base, embora nunca tenha apresentado um plano para fazê-lo.
Fonte:Brasil de Fato.
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