quarta-feira, 7 de agosto de 2013

MÍDIA - A mídia usada como instrumento político e de defesa de interesses comerciais.

A venda do Washington Post e a disputa do poder político
Publicado em 07-Ago-2013
As especulações e análises em torno do motivo pelo qual o fundador da Amazon, Jeff Bezos, comprou o Washington Post convergem para o papel que o jornal representa como poder político puro e direto.

Hoje, a Folha de S.Paulo reproduz uma representativa declaração do analista norte-americano de mídia Ken Doctor: "A Amazon precisa de mais amigos em Washington".

É, em síntese, a tentativa de influenciar e pressionar o governo por meio da imprensa. Um cenário que nós aqui no Brasil também conhecemos bem. A mídia usada como instrumento político e de defesa de interesses comerciais.

A maioria dos analistas que acompanhou a venda do Washington Post descarta que o interesse principal de Bezos seja o negócio em si. Ou seja, ganhar dinheiro com o jornal. Os US$ 250 milhões desembolsados representam só 1% do patrimônio do bilionário. E as vendas de jornal impresso nos EUA – assim como em muitos países – estão em declínio. As empresas tradicionais estão em crise.
Bezos foi em busca do prestígio. O WP ainda é o segundo jornal de maior prestígio nos EUA.

É preciso lembrar que a Amazon tem interesse direto – e gasta altas cifras com o lobby (lá isso é regulamentado) – em projetos que passam pela esfera governamental, como a questão da privacidade na rede, impostos e segurança digital.

Desce a cena, está desnudo personagem. A questão se trata de disputa de poder político. Não só no caso do Washington Post, é bom ressaltar.

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