Há um paradoxo curioso entre o julgamento do mensalão do PT e do mensalão do PSDB.
O primeiro foi um "ponto fora da curva", no dizer do Ministro Luís
Roberto Barroso, um abuso protagonizado por um relator, Joaquim Barbosa,
suspeito de forçar as provas, e um plenário intimidado pela cobertura
massacrante de mídia.
O STF apequenou-se como em poucos momentos da sua história. Até
hoje a peça central de acusação é o suposto desvio de R$ 74 milhões da
Visanet. Nem se comprovou que se tratava de dinheiro público nem que
houve desvio, já que existem comprovantes da aplicação dos recursos em
veículos de mídia.
No caso mineiro, há o uso direto de recursos de empresas públicas.
Se quiser condenação, não há necessidade de esconder relatórios da
Polícia Federal ou de auditorias internas das empresas.
Há a Procuradoria Geral da República utilizando a mesma métrica do
mensalão do PT para se mostrar isenta. E a mesma métrica, baseada nos
levantamentos iniciais do ex-Procurador Geral Antonio Fernando de Souza,
consistiu em eximir nos dois casos os principais financiadores privados
do chamado valerioduto.
Mas, acima de tudo, há um relator legalista, o Ministro Barroso.
Que não se exija dele forçar as provas, esconder dados, manipular
teorias jurídicas e interpretações. Esse departamento é do outro.
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