segunda-feira, 7 de abril de 2014

O CARA É INVENÇÂO DA GLOBO NEWS.

Marco Antônio Villa leva esculacho de entrevistado no programa Roda Viva
Na noite da última segunda-feira, o tradicional programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, teve como convidado o ex-ministro do Trabalho do governo de João Goulart, Almino Affonso, que está lançando seu livro “1964 na Visão do Ministro do Trabalho de João Goulart”. Sua presença faz parte da programação especial da emissora paulista em memória ao Golpe Militar de 1964.
Almino viu e viveu tudo o que se passou na época. O programa foi de alto nível, até pelo peso histórico do entrevistado, claro. Uma figura como essa é a fonte dos sonhos para qualquer jornalista minimamente interessado em fazer uma boa entrevista.
Se você não viu, recomendo que assista. Ou ao menos leia os principais trechos das respostas de Almino Affonso. ASSISTA CLICANDO AQUI.
O que achei curioso, e engraçado, foi a direção do Roda Viva convidar o historiador Marco Antônio Villa como um dos entrevistadores. Quem costuma assistir a programação da emissora, conhece Villa do Jornal da Cultura, onde ele participa pelo menos uma vez por semana como comentarista.

Marco Antônio Villa, historiador e frequentador das bancadas jornalísticas da TV Cultura
Seus posicionamentos são, em geral, polêmicos, anti-esquerdistas, anti-PT, anti-Socialismo, anti-políticas sociais, enfim, ele opta por comentários que carregam um cheirinho conservador, aquele aroma que tanto agrada boa parte do público consumidor de mídia. Não raro, seus comentários contêm erros, exageros e palavras ofensivas. Não raro também é ele ser corrigido por Airton Soares, advogado e ex-deputado federal, que geralmente é o comentarista convidado que divide a bancada do jornal por ele.
Pois bem, voltando ao Roda Viva especial sobre o Golpe Militar de 1964, creio que boa parte do público deve ter dado boas risadas quando, por duas vezes, Marco Antônio Villa foi ridicularizado pelo entrevistado.
Na primeira, ao invés de formular sua pergunta de forma direta, Villa – como de costume – discorreu de forma cansativa sobre determinado fato histórico, dando uma versão formulada por ele, com base em fontes que só ele conhece, e afirmando que a história está errada, e ele, em seu discurso em tom nervoso, e por vezes irritantemente irônico, está correto.
Villa demorou tanto a fazer a pergunta, que o mediador do programa o cortou para chamar um dos intervalos comerciais. Almino Affonso soltou o primeiro comentário achincalhador da noite, quase rindo: “Mas eu gostaria de responder ao meu querido amigo cuja imaginação é muito maior do que eu pensava”.
Tal comentário, em especial dirigido a um historiador, é desmoralizante. Se quiser conferir, vá ao 2º bloco do programa, por volta de 20min20s.

Almino Affonso, no estúdio do Roda Viva
No 4º e último bloco, quando cada entrevistador tinha direito a uma última pergunta rápida para encerramento, Marco Antônio Villa novamente não se segura e tenta aplicar uma aula revisionista de história do Brasil para o entrevistado – lembrando que o mesmo viveu os fatos que o historiador reinterpreta segundo sua visão, no mínimo, contestável.
A resposta de Almino Affonso é novamente desmoralizante e em meio à tentativa de responder à pergunta mal formulada, ele solta: “(…) por favor, deixe eu dar um depoimento de quem viveu (os fatos), e você está lendo a História como quem lê jornal, ou como quem lê documentos”. Para conferir este trecho, vá ao 4º bloco, por volta de 4min.
Foram dois comentários que mostram o quanto este cidadão, Marco Antônio Villa, está se tornando um dos ditos comentaristas mais esculachados da televisão brasileira. Na falta de bons humoristas, restam figuras como essa. É rir para não chorar.

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