quarta-feira, 9 de abril de 2014

POLÍTICA - Querem matar o Genuíno.

Laudo médico da Câmara desconsidera histórico de saúde de Genoino

Reportagem publicada no GGN

Por Patricia Faermann
Jornal GGN – Um laudo médico usado pela defesa de José Genoino para solicitar prisão domiciliar definitiva afirma que, embora o ex-deputado não esteja enquadrado “nos critérios atuais de cardiopatia grave, devem ser consideradas a aortocardiopatia, descrita como evento catastrófico de alta mortalidade na fase aguda e de prognóstico reservado”. Uma análise diferente da concluída pela junta médica da Câmara, na última sexta-feira (04), informando que Genoino “não é portador de Doença Específica em Lei do ponto de vista médico-pericial”, negando o pedido de aposentadoria por invalidez.
Os exames para analisar a situação de invalidez pela Câmara foram finalizados no dia 11 de fevereiro, entretanto, o resultado oficial só foi divulgado no início deste mês. O resultado positivo para aposentadoria era importante porque a defesa de Genoíno tinha a intenção de usá-lo como base para o pedido de prisão domiciliar definitivo.
De acordo com o laudo da junta médica da Câmara, José Genoino “não é portador de invalidez para atividades laborativas”, sendo o pedido indeferido e arquivado. Desde o dia 21 de novembro do ano passado, José Genoino cumpre prisão domiciliar temporária, depois de passar mal por complicações de saúde.
A solicitação enviada pelo advogado Luiz Fernando Pacheco ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anexava um acompanhamento do cardiologista Geniberto Paiva Campos (CRM/DF 645). O relatório traz um histórico dos problemas de saúde do ex-deputado, detalhando as complicações desde julho de 2013, quando apresentou dissecção aguda de aorta, com correção cirúrgica e implante de prótese tubular.
O médico relata que Genoino teve um pós operatório conturbado, com quadro de isquemia cerebral transitória e, em novembro de 2013, picos hipertensivos e aumento dos níveis dos marcadores de anti-coagulação.
Uma nova avaliação foi realizada em janeiro deste ano, trazendo resultados satisfatórios. Segundo o médico, isso foi possível pelo tratamento dos níveis dos marcadores de anti-coagulação e Síndrome Depressiva em ambiente doméstico.
O laudo conclui que o prognóstico de Genoino com as intercorrências clínicas (aterosclerose coronariana, acidente vascular cerebral que obrigou o uso continuado de anti-coagulantes, e a síndrome depressiva) ainda configuram uma “condição de alto risco cardiovascular”.
“É nosso entendimento, portanto, que o paciente deveria permanecer sob os cuidados de sua família, em ambiente doméstico e rigoroso acompanhamento médico e psiquiátrico, com a regularidade que o caso exige, até que seja obtida a plena estabilização do seu quadro clínico”, finaliza o cardiologista.
O mesmo detalhamento histórico do paciente não foi considerado pela junta médica que analisou o pedido de aposentadoria. Em dois tópicos, o laudo relata: “1. O periciado não é portador de invalidez para atividades laborativas; 2. O periciado não é portador de Doença Especificada em Lei do ponto de vista médico-pericial”.
Com o resultado, a Câmara dos Deputados negou o pedido de Genoino e o laudo seguirá para o Supremo Tribunal Federal, que decidirá se Genoino continua a cumprir prisão domiciliar ou se o ex-deputado é encaminhado a um presídio.

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