terça-feira, 8 de abril de 2014

UM RECORTE DA HISTÓRIA SOB A PRESPECTIVA DA ESQUIERDA.

Um recorte da história sob a perspectiva da esquerda

A edição de domingo da Folha trouxe uma reportagem que despertou o interesse da equipe deste blog. É sobre o documentário “Um Sonho Intenso”, que vai ser exibido no festival É Tudo Verdade. O filme ouve diversos intelectuais da esquerda para explicar as crises e os avanços do país a partir da Revolução de 1930.
Eleonora de Lucena, autora da reportagem, faz um resumo das avaliações em cinco pontos: as reformas de João Goulart tinham o sentido de aprofundar o capitalismo, mas foram rejeitadas pela elite econômica conservadora; a ditatura militar acabou com o controle de capitais, causando grande impacto no balanço de pagamentos;  o chamado milagre econômico concentrou renda; a estatização promovida pelos militares despertou reação dos empresários, que passaram a defender a volta da democracia; e a propriedade não foi desconcentrada.
Os entrevistados pelo diretor José Mariani são Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa, Luiz Gonzaga Belluzzo, João Manuel Cardoso de Mello, Francisco de Oliveira, Celso Amorim, José Murilo de Carvalho, Adalberto Cardoso, Lena Lavinas e José Augusto Ribeiro.
“Quis fazer uma história comentada, uma reflexão”, disse Mariani à Folha. Ele afirmou que a intenção foi mesmo adotar uma perspectiva da esquerda. “O filme é uma reflexão a partir de uma visão de mundo e se posiciona com clareza. Não tem essa pretensa neutralidade. A arte não é neutra. O contraditório deve ser buscado nas mídias que têm ofertas múltiplas”, disse Mariani, que também é professor de documentário da PUC-RJ.
A reportagem cita alguns trechos das entrevistas dos entrevistados. Por exemplo, Carlos Lessa: ele lembra que o complexo cafeeiro da República Velha era inteiramente de capital nacional, da semente à exportação. Já o da soja de hoje só tem de nacional o agricultor e o caminhoneiro. “Isso é inquietante”, afirma.

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