sexta-feira, 18 de setembro de 2015

POLÍTICA - Dois canalhas conspiradores.


Acusados de corrupção conspiram contra Dilma, por Jasson de Oliveira Andrade

Existe uma conspiração contra a presidenta Dilma. É o que afirma o jornalista Ricardo Melo, em artigo na Folha, sob o título “Conspiração não entra em recesso” e publicado em julho. O texto continua atual, pois ainda se tenta a deposição dela. O próprio PSDB, que havia desistido do impeachment, agora volta a falar nessa medida. Ele (partido) só pensa nisso: querem a queda de Dilma. Deu na Folha (14/9): “Aécio e Alckmin avisam aliados que são contra tucanos em eventual gestão (sic) do PMDB [Temer no lugar de Dilma]”. Será que eles não estão indo depressa com o andor? Além dos tucanos, o deputado Paulinho da Força é um dos mais fanáticos defensores do impeachment. E participou e participa da conspiração. 

O jornalista afirma: “Esta Folha (14/07) noticiou um fato da maior gravidade. Na residência oficial da Presidência da Câmara dos Deputados, o chefe da Casa, Eduardo Cunha, dividiu o “breakfast” com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o impagável (sic) Paulinho da Força, do partido Solidariedade. Além de guloseimas habituais, constou do cardápio nada menos que o impeachment da presidente Dilma Rousseff. (...) Boquirroto como sempre, Gilmar confirmou o debate sobre o assunto. “Ele (Cunha) falou dos problemas de impeachment, esses cenários todos”. Perguntados pela reportagem, Paulinho da Força e o presidente da Câmara tergiversaram, sem convencer. O texto afirma que o deputado do Solidariedade especulou que a derrubada da presidente (pois é disso que se trata) supõe um acordo entre Eduardo Cunha, o vice Michel Temer, Renan Calheiros, chefe do Senado, e o presidente do PSDB, Aécio Neves. (...) Se isto não é conspiração, é bom tirar a palavra do dicionário. Que diabo pode representar a reunião entre o terceiro nome da linha de sucessão do Planalto, um ministro da mais alta corte da Justiça e um parlamentar adversário obsessivo (sic) do governo – os três para discutir a deposição de uma presidente eleita?” 
Adiante Ricardo Melo diz: “A presença de Paulinho da Força mostra-se tão exótica quanto reveladora. Exótica porque se desconhece, pelo menos em público, qual credencial do insignificante Solidariedade para participar no colóquio. A contribuição mais relevante da legenda vem sendo a de responder “impeachment” a qualquer questão do cenário político. (...) Reveladora quando se sabe que o ex-sindicalista protagoniza vários processos e membros de seu grupo estão enrolados até o pescoço na Lava Jato. Detalhe: o partido destacou-se como o único a soltar nota de solidariedade, sem trocadilho, ao pronunciamento destemperado de Eduardo Cunha, após ser acusado de beneficiário da corrupção”. Depois desse pronunciamento do deputado, em agosto, Cunha foi denunciado pelo Procurador Geral da República por corrupção. Mesmo com essa denúncia, dias depois, Cunha foi acolhido festivamente no Sindicato da Força Sindical e saudado pelo Paulinho da Força! 
Confirmando o que afirmou o jornalista Ricardo Melo, o Estadão (9/9), noticiou em manchete: “Paulinho da Força vira réu em ação no Supremo”, acrescentando: “Deputado que presidiu central sindical e hoje está à frente de movimentos pelo impeachment de Dilma é acusado de ter se beneficiado de desvios (sic) no BNDES”.
Dois “conspiradores” estão enrolados no Supremo. E o ministro Gilmar Mendes vai julgá-los. Qual vai ser o seu voto? Já a Mônica Bergamo, em sua coluna, noticia que a “conspiração” poderá ocorrer, graças a uma manobra regimental de Cunha. Será? Como sempre digo: a conferir.
JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

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