Aprenda a lidar com o consumismo infantil
Para ensinar os filhos a controlar seus desejos de consumo é preciso cuidar e monitorar as próprias atitudes. Saiba como
É muito difícil dizer "não" para as crianças, disciplinando os pequenos
financeiramente. Por outro lado, essa tarefa desafiadora é essencial e,
segundo uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil, o maior problema começa
mesmo com o estilo de vida dos pais. O estudo constatou que 47 por cento
das mães admitem que não há regras para presentear as crianças e 22 por
cento afirmam que os filhos tem uma vida acima do padrão de vida da
família enquanto um número ainda maior, 58,5 por cento, compra, para os
filhos, roupas e calçados melhores que para si próprios.
Considerando essa realidade, para driblar o consumismo infantil é
preciso ficar de olho nas próprias atitudes. “Essa tarefa depende,
basicamente, do comportamento dos pais porque as crianças precisam
aprender o valor do dinheiro, viver dentro da realidade da família e,
mais do que isso, precisam aprender a ter paciência para ganhar as
coisas que desejam e saber ouvir não”, afirma Ana Paula Hornos,
educadora financeira, coach e colunista do MBF. Por isso, é importante
trazer a criança para o entendimento do orçamento e realidade familiar.
“Respeitando o vocabulário e maturidade de cada faixa etária e sendo
modelo para criança os pais começam a adotar hábitos de boa educação
financeira aos filhos”, completa Ana.
Mas e na prática, o que deve ser feito? Com disciplina e algumas dicas
do Portal Meu Bolso Feliz, é possível se controlar financeiramente e
ensinar os pequenos a fazer o mesmo, sempre mostrando a importância de
poupar. Vamos às dicas?
OS 7 PASSOS PARA DAR FIM AO CONSUMISMO INFANTIL
1 – Seja forte e diga não! 6 em cada 10 mães acabam adquirindo produtos
desnecessários como brinquedos, roupas e doces quando são os filhos que
pedem por eles. “Ter demais pode não ser bom. O ideal é que a criança
sinta o prazer da espera, da conquista e isso acontece quando o presente
chega na data certa e não imediatamente. Por isso, evite dar presentes
fora das datas comemorativas”, diz Ana Paula Hornos. Então, estabeleça
regras claras e critérios conhecidos pelas crianças em relação às
compras e presentes. O famoso “espere até seu aniversário e até lá pense
bem se é isso que você quer” sempre funciona bem.
2 – Depois, explique os motivos do não. Segundo a pesquisa, 29,7 por
cento das mães dizem que mesmo comprando a maioria dos produtos que os
filhos pedem, eles nunca estão satisfeitos e sempre querem mais e 25,5
por cento cedem a birras e chantagens. Por isso é tão importante ser
firme. “O valor do dinheiro dever ser passado pelos pais no sentido
amplo que inclui o valor monetário propriamente dito, o valor
sentimental, que diz respeito a significados embutidos nos bens e o
valor moral, que diz respeito a ética e ao comportamento”, explica Ana.
Por isso, quanto mais os pais cedem, mais as crianças não dão
importância ao valor do dinheiro. Da próxima vez, diga que com o valor
do presente consegue pagar contas de luz, água, entre outras. Além
disso, explique que precisa trabalhar muito para ganhar seu salário.
“Além de ensinarem o quanto custa cada item, em números mesmo,
estabelecendo paralelos de referências conhecidas pelos pequenos”,
aconselha Ana.
3 – Explicando o valor do dinheiro, é importante se controlar para não
dar o mau exemplo. Afinal, você também compra itens não planejados por
impulso, certo? “Os filhos são esponjinhas
que observam e imitam os pais em tudo. Pais que tem uma relação
desequilibrada com o dinheiro ou pais que não conseguem estabelecer
limites e regras claras para compras ou presentes, correm risco maior de
formarem filhos consumistas excessivos”,explica Ana.
4 – Para te ajudar a manter esse discurso e novos hábitos, não compare
sua vida com a vida dos outros. Essa mania faz com que você queira
sempre dar mais para as crianças, muitas vezes sustentando um padrão que
não é seu. Dessa maneira, os filhos acostumam e se sentem livres para
pedir sempre mais.
5 – Durante esse processo, evite levar os filhos para fazer compras de
supermercado ou passear no shopping. 39 por cento das mães admitem que
gastam mais que o planejado quando os filhos estão juntos. E esse hábito
de ceder às chantagens e sempre e comprar uma lembrancinha estimula – e
muito – o consumismo infantil. Se esse é seu caso, deixe a criançada em
casa até você ter certeza que será disciplinado.
6 – Não compense sua ausência com presentes. Segundo a pesquisa, 17,4
por cento das mães compensam a ausência com presentes, e a mesma
proporção admite que muitas vezes compra mais do que pode pois não
consegue lidar com a frustração do filho. Esses são erros muito graves e
tornam-se hábitos difíceis de mudar. “É importante que os pais saibam
que crianças querem amor, afeto, carinho e diversão e isso pode ser dado
sem gastar dinheiro”, finaliza Ana Paula. Por isso, mesmo trabalhando
muito, reserve um tempinho do dia para conversar com os filhos e invista
no fim de semana para garantir diversão para toda família.
7 – Por fim, planeje o mês para ficar longe das ciladas como uma festa
de aniversário que não cabe no seu bolso. O estudo também constatou que
quatro em cada 10 mães já se endividaram para comprar coisas para os
filhos. Por isso, faça com eles o que faz para você. Inclua a diversão
dos pequenos, presentes e mimos no orçamento do mês e não se sinta
culpado se precisar diminuir o valor ou apertar os cintos.
É dever dos pais e mães contribuir continuamente para o processo de
formação dos filhos, de forma ativa e racional. “Deixar o sentimento de
culpa guiar as ações dos pais é a receita pronta para o fracasso, já que
“mães culpadas” são mais propensas a agir de maneira impensada,
valendo-se do consumo como ferramenta de troca para recompensar os
filhos daquilo que julgam não estar conseguindo fazer”, finaliza José
Vignoli, educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz.
Fonte: O Correio da Elite.
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