O fiasco na Paulista se resumiu no Frota e num pato cercado de outros patos. Por Kiko Nogueira
Os organizadores do protesto anti Dilma na Avenida Paulista estão escondendo o fiasco atrás de uma estranha tese de que se trata de um “esquenta” e não da coisa para valer.
Uma das razões para o esfriamento da mobilização é o fator Cunha. Manifestantes um pouco menos fanáticos perceberam, nas últimas semanas, que quem está dando as cartas é um deputado com uma ficha corrida épica.
Sobraram, na “luta”, ignorantes por opção e mal intencionados, que acreditam no fascismo rastaquera de gente como Marcello Reis, do Revoltados Online, e Kim Kataguiri, o popular “Japonês Ruinzinho” do MBL.
Havia sete caminhões de som postados a uma distância aproximada de 500 metros uns dos outros. Isso foi feito de modo a dar a impressão de aglomeração quando, na verdade, as pessoas não conseguiam circular porque os veículos impediam a passagem estacionados na transversal.
Um sinal claro de que a coisa não funcionaria era a presença de políticos do PSDB. João Doria Jr, Serra, Aloysio e Caiado, o amigo de Bumlai, tentaram pegar uma carona na micareta golpista. Alguns deles fizeram discurso.
Com o proverbial talento tucano para captar o ronco das ruas, foi o casamento perfeito da iniquidade com a falta de noção.
Mas a palhaçada pode ser resumida em duas presenças marcantes, que incorporam o espírito desse povo. A primeira é a de Alexandre Frota, um maluco que claramente precisa de ajuda psiquiátrica especializada.
Frota, que já havia gravado um vídeo com ameaças a Lula fantasiado de jihadista do “Estado Islâmico” com uma meia tapando metade da cara, avisou que foi representar a “classe artística de bem”.
A segunda figura estava no meio da galera, impávido: um pato inflável, cortesia da criatividade do presidente da Fiesp Paulo Skaf, o Caveira, que numa entrevista ao Estadão cravou que “mudança pode ser por impeachment, renúncia ou outra forma”.
O pobre pato nunca achou que encontraria tantos como ele, com a diferença de que seus pares eram mais perigosos e esquisitos. O pato é o único animal que consegue dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. Seus novos amigos, ele logo percebeu, mantêm as duas metades desligadas o tempo inteiro.




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