Elite discute como se livrar do “insuportável”, que segue pagando pra ver “quanto o burro aguenta”

02/09/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
Elite discute como se livrar do “insuportável”, que segue pagando pra ver “quanto o burro aguenta”

Para Willian Waak, a classe sente “forte rejeição” ao presidente que “simboliza o contrário dos princípios fundamentais de uma sociedade aberta e liberal”, além da percepção de que ele ultrapassasou há tempos a “condição de personagem político ‘tolerável’”

“Diante dos olhos das principais elites da economia brasileira Jair Bolsonaro repete uma conhecida trajetória. De mal menor, está virando aos olhos dessas elites o pior dos males”, escreve Willian Waakn no Estadão desta quinta-feira (2), opinando sobre “importantes diferenças no comportamento dessas elites que, em parte, espelham a perda de coesão institucional e o esgarçamento do tecido social brasileiro, além da forte regionalização da nossa política.

“A forte rejeição a Jair Bolsonaro facilmente detectável nesses segmentos vem de uma visão de mundo – portanto, ideológica – para a qual o presidente simboliza o contrário dos princípios fundamentais de uma sociedade aberta, tolerante e liberal no sentido europeu da palavra. Foi nessas áreas que mais rápido Bolsonaro trafegou da condição de personagem político ‘tolerável’ à de ‘insuportável’”, prossegue.

“O ‘tipping point’ (ou palha que quebra o lombo do burro) é o momento em que o receio da severa turbulência causada por um processo de impeachment é menor do que a certeza de que com Bolsonaro vai tudo só ficar pior, e que não dá para aguentar até as distantes eleições do ano que vem, pois a velocidade e profundidade da crise encurtaram drasticamente os horizontes de tempo. É o momento no qual a crise brasileira se encontra”, alerta. “Com o 7 de setembro Bolsonaro está se esforçando para ver quanto o burro aguenta”, finaliza.