Lula fez Bolsonaro agonizar politicamente e só lhe resta tentar o salto eleitoral. Ele só quer uma FOTO
05/09/2021
Tudo pode ser apenas uma grande jogada de marketing. A orientação é uma grande concentração de forma a propiciar ao presidente a mencionada “fotografia para o mundo”. Esse seria o “recado”: uma imagem que dê a impressão de grande popularidade, sob uma gritaria feita apenas para juntar gente no 7 de Setembro. Mesmo porque, líderes dos atos negam a existência de outra motivação para ir às ruas que não seja “apoio”
Distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de 2022, o presidente Jair Bolsonaro vem perdendo apoio entre políticos e empresários. As manifestações do feriado são tratadas como uma situação de tudo ou nada. Delas depende a sobrevivência do governo e uma duvidosa reeleição em 2022. A perpetuação no poder poderá ser tentada e as instituições democáticas estão atentas para a raiz golpista dos protestos. Apesar da gravidade da situação do presidente e das possibilidades de ameaças levantadas, “entusiastas e líderes das manifestações negam haver outra motivação para ir às ruas que não seja o apoio a Bolsonaro e a defesa da liberdade”, escrevem Carolina Linhares e Anna Virginia Balloussier, na Folha de S. Paulo. Mas Bolsonaro só quer uma foto.
“A busca por uma demonstração de apoio popular e de força eleitoral ocorre no momento em que Bolsonaro se vê tragado por uma crise institucional provocada por ele mesmo e agravada pela crise sanitária, econômica e social no país”, dizem as jornalistas.
“Os atos do feriado da Independência despertam tensão entre políticos e autoridades diante da coincidência de data com manifestações da esquerda nas principais capitais, da eventual presença de policiais armados e da escalada de ameaças golpistas de Bolsonaro”.
“O presidente já anunciou que estará presente na manifestação em Brasília, pela manhã, na Esplanada dos Ministérios, e em São Paulo, à tarde, na avenida Paulista”.
Mas toda a gritaria em torno do 7 de Setembro pode ocultar apenas uma grande jogada de marketing. Acirrando a indignação de seguidores com os outros poderes, Bolsonaro conseguiu lotar os hotéis de Brasília e terá uma aparente turba para sair na foto, no feriado.
A orientação aos bolsonaristas é se concentrarem na capital federal ou em São Paulo, de forma a propiciar ao presidente a “fotografia para o mundo” que ele mencionou a respeito dos atos.
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