Com LULA imbatível, Moro pode lançar Plano B e tentar vaga no Senado visando foro privilegiado
03/01/2022
O ex-juiz federal, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, durante ato de filiação ao partido, em foto de Cristiano Mariz/O Globo
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PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO
Após o TCU pedir que a Alvezrez & Marsal revele valores pagos ao ex-juiz, e sem conseguir ultrapassar 9% de intenções de voto nas pesquisas, o ex-magistrado precisará ter um mandato no próximo ano, seja ele qual for, diz jornalista
Em todo o mundo, LULA já é considerado o grande vitorioso das eleições democráticas brasileiras deste ano. O ex-presidente tem, em média, até 50% das intenções de votos, podendo arrancar a cadeira de Bolsonaro já no primeiro turno, avaliam especialistas. Diante deste fato, o ex-juiz Sergio Moro pode lançar seu ‘plano B’, desistindo do Planalto e tentando o Senado. De acordo com a jornalista Carolina Brígido, no UOL, a intenção é ter qualquer cargo. A ideia surgiu após o TCU (Tribunal de Contas da União) mandar a consultoria americana Alvarez & Marsal revelar os serviços prestados e os valores pagos a Moro.
Mas Moro afirmou, em nota à jornalista, que ainda é “pré-candidato à Presidência, não ao Senado“, além de mencionar, segundo a coluna, “que sempre foi contra o foro privilegiado e que não precisa de mandato“.
O ex-juiz ainda disse: “Não tenho receio de qualquer investigação, muito menos a de Ministro do TCU sobre fato inexistente“.
A jornalista lembra que Moro “foi contratado pela empresa em abril, logo depois de deixar o Ministério da Justiça. Em outubro, ele largou o emprego para se lançar pré-candidato. Alvarez & Marsal é o escritório que atuou como administrador judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato – e, portanto, alvo de decisões de Moro na época que conduzia os processos em Curitiba“.
O subprocurador-geral TCU, Lucas Furtado, que pediu a Dantas para adotar a medida, suspeita que Moro tenha atuado em um cenário de “conflitos de interesses, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas“.
A jornalista ainda lembra que o TCU não integra o Judiciário, sendo um órgão administrativo autônomo. E que as informações prestadas pela consultoria americana podem servir como base para a abertura de uma investigação judicial contra Moro.
Brígido diz que este é o motivo da urgência de se obter um mandato. Como senador ou presidente da República, Moro responderia perante o STF (Supremo Tribunal Federal).
Ela pontua acrescentando que o entendimento do tribunal é de que o foro privilegiado existe para crimes cometidos durante o mandato e em razão do cargo ocupado. Logo, o caso da consultoria não seria analisado no Supremo, a menos que a interpretação sobre a regra do foro mude.
Além disso, o STF tem um julgamento agendado para fevereiro sobre essa questão.
Interlocutores de Moro acreditam que, neste primeiro momento, a suspeita levantada contra ele tem muito mais consequência política do que jurídica. Seria o primeiro movimento para derrubar as intenções do ex-juiz de ser eleito presidente da República em outubro.
A depender do desempenho de Moro na campanha, a ofensiva pode crescer e chegar ao Judiciário.
Gilmar Mendes Vs. Moro
No início de dezembro do ano passado, Moro disse que “manobras jurídicas enterraram de vez o caso do Triplex de Lula, acusado na Lava Jato“ e não agradou o STF, muito menos o ministro Gilmar Mendes.
O ex-juiz ainda afirmou que “crimes de corrupção deveriam ser imprescritíveis, pois o dano causado à sociedade, que morre por falta de saúde adequada, que não avança na educação, jamais poderá ser reparado“.
“Vou bater nele no momento oportuno”, teria dito o ministro a colegas, referindo-se aos comentários que o ex-juiz declarado suspeito pela Corte propagou aos quatro ventos.
Portanto, nos bastidores, pode existir uma movimentação do Supremo para deter o ex-juiz, após todas as leituras convincentes das mensagens apreendidas pela operação spoofing, a que os ministros tiveram acesso, mas que não vieram a público em todo o seu teor.
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