quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Brasil de Fato: governo do Bozo apoiou grupo contra o MST.

 

 
Brasil de Fato
 
Como Bolsonaro usou o governo para apoiar grupo que abriu guerra contra o MST na Bahia
 
Quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
 
 
Em 31 de outubro de 2021, as 173 famílias que vivem no acampamento Fábio Henrique, do MST, em Prado, no sul da Bahia, foram surpreendidas com um ataque a tiros. Os homens armados fizeram reféns e atearam fogo em ônibus que eram utilizados para o transporte de moradores e para levar crianças à escola.
Uma parte dos homens que atacaram o acampamento não utilizou máscaras. Por isso, algumas das vítimas identificaram duas pessoas bem conhecidas dos militantes do MST na região: Liva e Nil.
Liva é Elivaldo da Silva Costa, ex-militante do MST que se associou a um grupo bolsonarista e passou a coordenar uma ofensiva violenta contra o movimento e seus integrantes a partir de 2020. Ele se tornou peça-chave para compreender a complexa estrutura de eventos que colocou o sul da Bahia no centro da disputa fundiária e da discussão sobre terras da reforma agrária no país.
Contamos essa história no documentário especial “MST sob ataque: um dia na luta por terra no Brasil”, e em uma série de três reportagens, que você pode ler aquiaqui e aqui.
 
 
Mas o que o governo Bolsonaro tem a ver com isso?
Um mês antes do ataque, Liva recebeu de Jair Bolsonaro o Título de Domínio de um lote no assentamento Rosa do Prado, no mesmo município.
No evento estavam também Geraldo Melo Filho, presidente do Incra, e o pecuarista Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura. Uma olhadinha no discurso de Nabhan dá algumas pistas. No palanque mesmo, ele chamou o MST de “organização criminosa” e “quadrilha”.
Nos bastidores do evento, a formalização da posse da área foi tratada como uma gratificação a Liva, que hoje é pré-candidato a deputado estadual pelo Partido Social Cristão (PSC).
A história de Liva se encontra com a de dois outros agricultores: Vanuza Santos de Souza e Valmir da Conceição Oliveira, conhecido como Nil, que também foi reconhecido no ataque. Os dois foram acusados de tentar cooptar as famílias que vivem na área.
De acordo com militantes do MST, Nil e Vanuza diziam que Liva estaria próximo do Incra e de Bolsonaro e prometia a posse da terra para os que abandonassem o movimento. Segundo os relatos, o trio ameaçava invadir as casas dos acampados e expulsá-los, caso não desertassem do MST.
Ou seja, a titulação de terras, que é feita pelo governo, deixou de obedecer a critérios técnicos e estava sendo condicionada ao posicionamento político dos agricultores.
Brasil de Fato teve acesso a um áudio enviado por Liva em um grupo de militantes e ex-militantes do movimento. Na gravação, ele se gaba dos ataques e minimiza o fato de ter sido identificado pelos acampados.
Mas essa história é muito mais complexa e envolve gente grande do governo Bolsonaro. Além do vídeo, temos três reportagens especiais explicando tudo isso:
 
 
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