Mas o que o governo Bolsonaro tem a ver com isso? Um mês antes do ataque, Liva recebeu de Jair Bolsonaro o Título de Domínio de um lote no assentamento Rosa do Prado, no mesmo município. No evento estavam também Geraldo Melo Filho, presidente do Incra, e o pecuarista Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura. Uma olhadinha no discurso de Nabhan dá algumas pistas. No palanque mesmo, ele chamou o MST de “organização criminosa” e “quadrilha”. Nos bastidores do evento, a formalização da posse da área foi tratada como uma gratificação a Liva, que hoje é pré-candidato a deputado estadual pelo Partido Social Cristão (PSC). A história de Liva se encontra com a de dois outros agricultores: Vanuza Santos de Souza e Valmir da Conceição Oliveira, conhecido como Nil, que também foi reconhecido no ataque. Os dois foram acusados de tentar cooptar as famílias que vivem na área. De acordo com militantes do MST, Nil e Vanuza diziam que Liva estaria próximo do Incra e de Bolsonaro e prometia a posse da terra para os que abandonassem o movimento. Segundo os relatos, o trio ameaçava invadir as casas dos acampados e expulsá-los, caso não desertassem do MST. Ou seja, a titulação de terras, que é feita pelo governo, deixou de obedecer a critérios técnicos e estava sendo condicionada ao posicionamento político dos agricultores. O Brasil de Fato teve acesso a um áudio enviado por Liva em um grupo de militantes e ex-militantes do movimento. Na gravação, ele se gaba dos ataques e minimiza o fato de ter sido identificado pelos acampados. Mas essa história é muito mais complexa e envolve gente grande do governo Bolsonaro. Além do vídeo, temos três reportagens especiais explicando tudo isso: |
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