A Lava Jato você conhece. Foi um conjunto de investigações da Polícia Federal que começou em 2014 e teria como alvo desbaratar um esquema de corrupção e irregularidades envolvendo, entre outras empresas, a Petrobras.
O papel de acusação no processo era desempenhado pelo Ministério Público Federal. Mais especificamente, por uma equipe chefiada por Dallagnol, que lá em 2016 apresentou um PowerPoint que supostamente provaria a culpa de Lula.
O juiz era Sergio Moro.
Acusador e juiz colaboravam e discutiam os rumos da investigação, como bem mostraram os diálogos trazidos à tona pelo site The Intercept. O próprio Moro até hoje trata da Lava Jato como se fosse uma operação sua.
Os desdobramentos mostraram que o alvo não era exatamente a corrupção, mas o ex-presidente Lula mesmo, com delações premiadas controversas, conduções coercitivas e prisões ilegais e diversas outras irregularidades. E também que havia motivações políticas por trás. Tanto que Dallagnol e Moro deixaram suas carreiras para entrar na política, depois de impedirem Lula de concorrer à Presidência em 2018.
Até aqui, nada de novo. A novidade mesmo é que Dallagnol vai ter que pagar a Lula uma indenização por danos morais, conforme decisão do STJ.
Entre a exibição do PowerPoint e essa decisão do STJ, há uma diferença notável: a primeira foi manchete de praticamente todos os grandes jornais; a segunda mal ganhou notinha na capa (no jornal O Globo, nem isso). Veja aqui a diferença de tratamento.
Muito além do Lula: a Lava Jato eliminou 4 milhões de empregos
O resultado dessas operações provocou um terremoto na estrutura de empregos do país. Um levantamento produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que foram eliminadas 4.439.789 de vagas em vários setores, principalmente os de construção civil, petróleo e gás, e que o país perdeu R$ 172 bilhões em investimentos entre 2014 e 2017.
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