domingo, 24 de abril de 2022

Eleição na França: extrema-direita saiu fortalecida.

 

Macron vence Le Pen, mas extrema-direita saiu fortalecida, diz Jamil Chade

Marine Le Pen conseguiu a façanha na chamada ‘França das Sombras’, distante de Paris e sem diploma de escolaridade. Entre os de nível universitário, Marine conseguiu somente 12%.

Reprodução CNN

Emmanuel Macron foi reeleito na França por mais cinco anos, vencendo a candidata da extrema-direita Marine Le Pen, de extrema-direita, nas eleições presidenciais. Mas a votação expressiva de Le Pen contraria a república, entende Jamil Chade, em sua coluna no UOL.

Marine Le Pen é filha do fundador do movimento de extrema-direita na França e sua votação, de 12 milhões de votos contra 17 milhões de Macron, normaliza seu movimento na política e torna-se o principal partido de oposição ao poder.

Ecologistas e socialistas perderam espaço nesta eleição e Le Pen conseguiu 33% dos votos.

Em sua última tentativa, Le Pen também conquistou33% dos votos o que significaria 42% de apoio, um recorde.

Marine Le Pen conseguiu a façanha na chamada ‘França das Sombras’, distante de Paris e sem diploma de escolaridade. Entre os de nível universitário, Marine conseguiu somente 12%.

Macron conquistou 69% dos votos em Paris, mas apenas 45% no meio rural. Segundo analistas, Marine seduziu esse eleitorado com o discurso de sobrevivência diante do aumento de preços e de renda em queda.

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A candidata, no segundo turno, pediu votos à direita e à esquerda, em nome da justiça social. ‘Ela, que sempre se pautou em dividir o país por meio do ódio, se deu a função de ‘unir a França’’, pontua Chade.

E ela, efetivamente, conseguiu angariar votos de outros partidos. Segundo sondagens, cerca de 17% dos eleitores de direita migraram para Le Pen e 16% dos votos de Mélenchon também.

A conclusão de Chade é que ainda há ressonância a Marina Le Pen e ela consegue, com novo discurso, voltar à cena.

A vitória de Macron foi um alívio para os demais países europeus em cenário conturbado com a Guerra na Ucrânia. Mas foi o alerta de que a extrema-direita não é mais um acidente, acolhendo 40% de apoio entre os militares e 70% entre policiais.

Fora isso, Marine Le Pen sequestrou a agenda política, obrigando os demais partidos a entrarem no debate que ela impôs.

Apesar da vitória de Macron, a pergunta que fica no ar é quem vai parar a extrema-direita em cinco anos?, diz Jamil Chade.

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