segunda-feira, 4 de março de 2013

ECONOMIA - Jovens espanhóis exigem um novo modelo mais justo.


Jovens espanhóis saem as ruas para exigir um novo modelo, includente e mais justo. Apesar da grave crise que assola a Europa e o recuo do comércio mundial, Brasil mantém sua economia estável e protege mais pobres, mas imprensa omite, propositalmente, tal cenário.
Apesar de todo ruído que a dita imprensa especializada em economia esteja fazendo sobre os resultados do crescimento tímido do PIB brasileiro, é possível notar partidarismo exagerado e análises descoladas do que ocorre no mundo.
A crise européia se arrasta há alguns anos e atinge países de economias importantes, como a Itália e a Espanha.
Os EUA seguem patinando, o Japão ainda se ressente de anos de crescimento baixíssimo e das tragédias provocadas pela tsunami que devastou o país e gerou um gravíssimo acidente nuclear.

Os nossos articulistas em economia fazem de tudo para maximizar o crescimento modesto de nossas riquezas em 2012 e sonegam a influência deste cenário de estagnação entre as nações ricas sobre o resultado brasileiro.

Como consequência o comércio internacional tende a recuar e medidas protecionistas operam para resguardar os poucos mercados lucrativos de países europeus.

Apesar do avanço acanhado de nossa economia, o Brasil preserva sua capacidade de investimento, sua extensa rede de proteção social e mantém a salvo os empregos de milhões de brasileiros.

Três notícias divulgadas entre sábado e hoje corroboram para o sucesso brasileiro em meio a uma economia mundial que anda para o lado, com exceção da América Latina e dos países que integram o BRIC's, do qual o Brasil é um dos destaques.

No portal Terra, uma matéria causa espanto e alívio aos brasileiros:

"Com 5,04 milhões de desempregados no mês de fevereiro, o índice de pessoas sem trabalho estabeleceu um novo recorde na Espanha, anunciou o ministério do Emprego e Previdência Social.

A quarta economia da Eurozona registrou em fevereiro 59.444 desempregados a mais que em janeiro, o que representa um aumento de 1,19%, segundo os dados trimestrais divulgados pelo ministério.
O desemprego aumentou em todos os setores, começando pelos serviços, com 39.788 desempregados a mais, uma alta de 1,28% em relação a janeiro.
O ministério destaca, no entanto, que este é o menor aumento em um mês de fevereiro desde 2008.

O número de desempregados na Espanha voltou a subir em janeiro (+2,72%), após uma leve queda em dezembro (-1,2%).

Em ritmo anual, o ministério registrou 328.124 desempregados a mais (+6,96%), atingindo um recorde histórico de 5.040.222 pessoas sem trabalho.
Os dados do ministério são diferentes dos publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que utiliza um método de cálculo distinto e serve de referência.

Segundo o INE, a taxa de desemprego bateu recorde em dezembro, a 26,02% da população ativa, o que afeta 5.965.400 pessoas."


Sábado passado, o portal Vermelho apresentou uma matéria do Ópera Mundi que mostra o quanto o erro das políticas recessivas impostas aos países em crise vai devastando o presente e tornando o futuro cada vez mais incerto. Os jovens são as maiores vítimas das medidas econômicas neoliberais, que indicam cortes profundos em investimentos sociais, gerando um grave quadro de desemprego na Espanha e na Grécia:

"Desemprego entre jovens passa de 55% na Grécia e na Espanha

O Eurostat, órgão estatístico da UE (União Europeia), divulgou nesta sexta-feira (1º) novos e alarmantes dados sobre a taxa de desemprego entre os países que compõem o bloco. Destaque negativo para Grécia e Espanha, que apresentaram números acima de 50% entre os jovens (pessoas com menos de 25 anos) e em tendência crescente.
Segundo o Eurostat, a o nível de desocupação dos jovens espanhóis atingiu a marca de 55,5% para o mês de janeiro, um décimo a mais do que o registrado em dezembro. Já os dados da Grécia estão atrasados em dois meses, mas muito mais preocupantes: 59,4%. O percentual também é ruim na Itália (38,7%) e Portugal (38,6%). O país em melhor situação nesse critério é a Alemanha: 7,9%. No total, o número de jovens desempregados na UE é de 5,732 milhões, 264 mil a mais do que há um ano, subindo de 22,4% para 23,6%.

Em todos os países que compõem a zona Euro (17 dos 27 membros da União Europeia), a taxa geral de desemprego chegou a 11,9%, alta de um décimo percentual. Já a União Europeia apresenta um índice ligeiramente melhor (10,8% contra 10,7% em dezembro). Em relação ao mês de janeiro de 2012, a alta é ainda mais significativa: 10,8% para a zona euro e 10,1% para a UE.

Esses números representam 26,217 milhões de desempregados em toda a população do bloco (222 mil a mais do que há um mês), sendo que 18,998 milhões utilizam a moeda única (201 mil a mais do que dezembro de 2012.

Entre os países-membros, os menores índices de desemprego geral pertencem à Áustria (4,9%), Alemanha e Luxemburgo (ambos com 5,3%) e a Holanda (6%). Os piores são da Grécia (27% em novembro), Espanha (26,2%) e Portugal 17,6%), justamente os mais afetados pela crise da dívida pública que atingiu o continente em 2010.

Comparados com os índices gerais do ano passado, sete países do bloco observaram queda significativa do desemprego, especialmente a Estônia (9,9%, com queda de 1,2 pontos percentuais), Letônia (14,4%, queda 1,1 ponto), Romênia (6,6%, queda de 0,8 ponto) e Reino unido (7,7%, queda de 0,6 ponto – dados de novembro).

O contrário ocorreu na Grécia (27% contra 0,8% em novembro de 2011), Chipre (9,9% para 17,6%), Portugal (14,7% para 17,6%) e Espanha (23,6% para 26,2%).

Entre os homens, o desemprego cresceu de 10,6% para 11,8% em um ano a zona euro, e de 10% para 10,8% em todo o bloco. Entre as mulheres, o crescimento foi de 11% para 12,1% na zona euro e de 10,2% para 10,9% na UE."

Os dados apresentados são exorbitantes e assusta só de imaginar que cerca de 6 entre cada 10 jovens gregos em idade produtiva não conseguem encontrar emprego.
Na Espanha é quase isso.
Milhares estão sendo despejados de suas casas.
Tudo isto é resultado inquestionável de uma agenda política perversa que privilegia o ajuste das contas públicas impondo os altos custos sociais e econômicos para a classe média, que empobrece, e para os mais pobres, que batem a porta da miséria.

Por outro lado, o Brasil segue promovendo inclusão social e mantendo suas contas públicas equilibradas.
A iniciativa do governo Dilma, mesmo cercada por uma longa e tenebrosa crise mundial, de implementar e aprofundar ações que combatam a miséria e a pobreza extrema, aliada uma política de expansão do mercado de trabalho, com incremento da renda, mostra-se vigorosa e recebe elogios de organismos internacionais, conforme matéria publicada no Portal Terra neste domingo.
Em uma entrevista, Deborah Wetzel, diretora do Banco Mundial (Bird) para o Brasil, afirma que, enquanto a crise econômica internacional fez a política social em diversos países regredir, o Brasil soube manter as melhorias para as camadas mais pobres da população e, ao mesmo tempo, preservar a estabilidade macroeconômica.
Isto não é pouco, e tem um grande significado e aprendizado para os países que hoje sofrem as duras penas que o receituário neoliberal inflige aos povos.

O Brasil mostra que é possível enfrentar a crise investindo e protegendo quem mais necessita do Estado.
Confira a entrevista concedida a Agência Brasil e replicada pelo :

"Agência Brasil - Como a senhora definiria sua gestão? Quais são os principais projetos financiados atualmente pelo Banco Mundial no Brasil?Deborah Wetzel - Nosso programa está alinhado com as metas e o objetivo do governo na redução da pobreza e da desigualdade. Temos US$ 3 bilhões de empréstimos por ano no Brasil, dos quais 80% estão investidos em parcerias com estados. O acesso à educação e à saúde, a inclusão social de mulheres e pobres, a mobilidade urbana e o apoio aos programas Luz para Todos e Brasil sem Miséria são alguns dos principais projetos financiados hoje. Ainda existem ações tradicionais, ligadas a investimentos em infraestrutura, mas o banco tem financiado, cada vez mais, projetos vinculados a resultados, em que as parcelas dos empréstimos são liberadas à medida que as metas sejam alcançadas.

ABr - Como o banco define os projetos a serem financiados? Que avanços já podem ser sentidos?

Deborah Wetzel - Olhamos as necessidades do Brasil e definimos onde aplicar os recursos. Proteção social, educação, saúde e combate aos efeitos das mudanças climáticas atualmente são nossas prioridades. Os avanços do Brasil são impressionantes. Desde 2010, o país cumpriu a Meta do Milênio [conjunto de ações propostas pelas Nações Unidas para serem alcançadas até 2015] referente à redução da pobreza. O Brasil está mais avançado do que a maioria da América Latina e dos países emergentes na distribuição de renda e nas políticas sociais.

O Brasil é um grande exportador de ideias. Experiências como o Bolsa Família, as UPPs [unidades de Polícia Pacificadora], o desenvolvimento sustentável em comunidades extrativistas e a melhoria da produtividade agrícola despertaram o interesse do mundo e dão voz ao país nas conferências internacionais. Enquanto muitos países regrediram [nas políticas sociais] com a crise econômica mundial, o Brasil manteve as conquistas sociais, ao mesmo tempo em que conseguiu preservar a estabilidade macroeconômica. Para crescer, é preciso tanto inclusão social como estabilidade. O Brasil está conciliando as duas coisas. Sem contar que o Brasil está conseguindo crescer cuidando do meio ambiente. O desmatamento está no nível mais baixo das últimas décadas.

ABr - Apesar dos avanços na distribuição de renda, o país ainda deixa a desejar na qualidade da educação, da saúde pública e está longe de fornecer saneamento para toda a população. O que precisa ser feito para progredir nessas áreas?

Deborah Wetzel - De fato, o Brasil ainda tem muito a avançar nessas áreas, mas os avanços podem ser observados. Em relação à educação, o país fornece acesso à escola para praticamente todas as crianças. Claro que a qualidade do ensino precisa ser trabalhada, mas o número de crianças em escolas integrais está aumentando, e as notas no Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] e no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] estão melhorando a cada ano.

Em relação à saúde, os investimentos nas UPAs [unidades de Pronto-Atendimento] e no Programa Saúde da Família [de atendimento domiciliar] estão tendo resultados bem impressionantes e desafogando os hospitais. O Banco Mundial está trabalhando para melhorar o acesso aos medicamentos e ao treinamento de profissionais. No saneamento, realmente o Brasil está mais atrasado, mas os investimentos estão sendo feitos, e o país progride aos poucos. Financiamos muitos projetos nessa área no Norte e no Nordeste. Aliás, o Nordeste concentra 50% dos recursos investidos pelo banco hoje no país.
ABr - Uma das críticas ao Bolsa Família é que o programa não fornece uma porta de saída. Boa parte dos beneficiários não consegue se inserir no mercado de trabalho e, segundo os críticos, passa a depender eternamente do governo. Como superar esse ciclo?
Deborah Wetzel - Esse tipo de questionamento é normal neste momento do programa, que completa dez anos. Ao mesmo tempo em que o governo fornece proteção social, precisa incluir essas pessoas na produção. Só que os críticos esquecem que os resultados levam muito tempo para aparecer. É um trabalho de gerações, até porque envolve mudança de comportamento e melhoria na qualificação profissional. Os filhos dos beneficiários vão à escola integral três vezes mais hoje do que antes do Bolsa Família e estarão muito mais preparados para entrar no mercado de trabalho.

Mesmo assim, o Brasil sem Miséria tem componentes para dar esse tipo de oportunidade para a geração atual, como programas de microcrédito. Sem falar que o Bolsa Família eleva o consumo e os investimentos nas áreas mais pobres. O programa tem retornos crescentes no longo prazo, mas os resultados no curto prazo também são expressivos.

ABr - Outro problema social que explodiu nos últimos anos foi o consumo de drogas nos centros urbanos. O Banco Mundial também está atento a essa questão?
Deborah Wetzel - Apoiamos projetos de ajuda a viciados em três cidades: no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Recife. Os projetos oferecem atendimento médico, psicológico e, no caso do Recife, encaminham os pacientes para casas de apoio. Essa é uma das áreas novas de atuação do Banco Mundial. As drogas são um exemplo de como os problemas sociais são ligados e exigem respostas transversais. Precisamos trabalhar dos dois lados, dando tratamento e oportunidade econômica.

ABr - O que a senhora espera da visita do presidente do Banco Mundial ao Brasil?
Deborah Wetzel - Quero mostrar os sucessos das ações brasileiras de combate à pobreza e de enfrentamento aos mais diversos problemas sociais. O Brasil é um país descentralizado, com experiências de gestão que envolvem vários setores do governo e da sociedade. O Banco Mundial fez muito com o Brasil, mas também aprendeu muito com o país."

Segundo a diretora do Bird, o Brasil exporta idéias interessantes e criativas e consegue manter-se longe do quadro funesto que as duas matérias publicadas sobre o caos social que se instalou na Espanha e na Grécia.
Apesar de tal reconhecimento mundial dos grandes acertos do governo Dilma, o que se percebe é que a grande imprensa brasileira omite tais cenários de sofrimento aos seus leitores e audiência, apenas para cumprir com seus discursos partidarizados e vender uma parca ideia de que vivemos em crise, quando o mundo inteiro se volta para o Brasil e reconhece seus avanços econômicos e sociais.
O maior problema da imprensa é tentar fazer crer aos beneficiários destas políticas públicas que o que vivem é caos e não bonança...

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