quinta-feira, 4 de julho de 2013

EGITO - Deposição é golpe.

Egito: deposição de Mursi é golpe

ImageApós 18 dias de violentas manifestações no Egito, Mouhamed Mursi foi deposto e se encontra em prisão domiciliar sob a guarda das Forças Armadas do país. O presidente da Suprema Corte do Egito, Adly Mahmud Mansur,  prestou juramento nesta 5ª feira como presidente interino do Egito. O últimato dado ao primeiro presidente democraticamente eleito no país, após 30 anos de ditadura do brigadeiro Hosni Mubarak, estipulava 48 horas para a implementação das mudanças reivindicadas pelos manifestantes da Praça Tahir.

Não há meio termo. Golpe de Estado é golpe de Estado. Lembrem-se, o Exército e as Forças Armadas continuam como fator de poder no Egito. Além disso, foram doutrinadas, organizadas e financiadas pelos Estados Unidos, que agora ficam em cima do muro e não condenam o golpe. Como sempre, democracia só para os inimigos dos EUA Já para os amigos, vista grossa na violação de direitos humanos e nos golpes de Estado.

Sem falar que pode haver uma guerra civil no país - civil e religiosa que se estenderá para a região já conflagrada. Além do golpe já ter vitimado dezenas de cidadãos e resultado na prisão de centenas de lideranças da Irmandade.

Constituição suspensa

Acusado de autoritarismo e de tentar implantar um regime islâmico no país, Mursi tentou denunciar o golpe, escrevendo no seu twitter: "As medidas anunciadas pelo comando das Forças Armadas representam um golpe de Estado, rejeitado categoricamente por todos os homens livres do nosso país". Também foi divulgada uma nota oficial ainda com ele na presidência: “Mursi, na posição de presidente e comandante Supremo das Forças Armadas, pede a todos os cidadãos – civis ou militares – que respeitem a Constituição e não respondam a este golpe”.

Mas o general Al Sissi, chefe das Forças Armadas, ao lado de políticos e religiosos – como o chefe da instituição islâmica Al Azhar; o grande imã Ahmed Al-Tayeb, a principal autoridade sunita do Egito; e o patriarca copta ortodoxo Tawadros II –, já anunciava pela TV a saída do presidente. Ele também prometeu a convocação de novas eleições, sem mencionar quando elas vão acontecer.

Agora, além da Constituição ter sido suspensa, Aldy Mansour, presidente do Conselho Constitucional, lidera o país. Os militares ocupam vários pontos do Cairo, fechando os acessos à Praça Rabea Al Adauiya, onde concentram-se os apoioadores do presidente Mursi. Segundo os militares, o bloqueio é para "preservar vidas e evitar confrontos". Como vocês sabem, a queda de braço entre os militares e Mursi dá-se desde sua chegada ao poder, após o país ter sido comandando por uma junta militar (leia mais).

Em nota, o Itamaraty manifestou "preocupação" com a "grave situação" no país, conclamando “ao diálogo e à conciliação para que as justas aspirações da população egípcia por liberdade, d
emocracia e prosperidade possam ser alcançadas sem violência e com a plena vigência da ordem democrática".

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