Vale tudo na delação?Dinheiro para Wagner em 2006 por obra iniciada quase em 2012?
por Fernando Brito, no Tijolaço
Não tenho procuração nem de Jaques Wagner nem de José Sérgio Gabrielli para defendê-los.
Aliás, sequer conheço qualquer um dos dois.
Mas há algo estranhíssimo neste documento de delação de Nestor Cerveró – vazado ilegalmente – apreendido de posse – ilegal – de Delcídio Amaral e, de novo, vazado para o Estadão.
Segundo o texto, Gabrielli teria decidido transferir para Salvador – uma das importantes sedes da Petrobras, desde sua fundação – uma parte do setor financeiro da empresa. ““Para tanto, foi construído um grande prédio em Salvador, onde atualmente é o setor financeiro da Petrobrás.”, diz o documento. Aí, teria escrito Cerveró, foi construído um prédio e, desta obra, parte dos recursos teria ido irrigar a campanha de Jaques Wagner ao governo baiano em 2006, mas que “não se lembra” por intermédio de que empreiteira teria construído o edifício.
Bem, não sei se Wagner recebeu dinheiro de tal ou qual empreiteira e não tenho como afirmar que tenha sido legal ou ilegal qualquer doação.
Mas, ao que parece, dou capaz de ir procurar informações para saber se isso coincide ou não com os fatos.
Aí encontro na página oficial da Petrobras a cobertura do lançamento da pedra fundamental de seu edifício na capital baiana, é fato. O mesmo em outras publicações baianas.
Só que em 19 de dezembro de 2011. Quer dizer: a obra começou mais de cinco anos depois da eleição de Wagner ao governo pela primeira vez ao Governo da Bahia e mais de um após sua reeleição.
Por mais que eu tente, não consigo atinar como foram feitos pagamentos – que seriam desviados para a campanha – com mais de cinco anos de antecedência!
Em qualquer lugar do mundo, obra é paga à medida de sua realização e atestada a execução. Pode haver fraude no preço ou na medição (que é como se chama o “confere” que se faz para pagar uma fatura de “X” reais). Nem sequer digo que não haja, porque não conheço propina paga antes de receber-se e com cinco anos de antecedência.
Em sua defesa, Gabrielli mostra – comprovando com reportagem de jornal – que a mudança do setor financeiro se deu em 2008, para prédio já ocupado pela empresa, que recebeu reforma a partir de 2007. Cerveró se refere especificamente à construção de “um grande prédio”, o que não é o caso de uma mera reforma em um já existente. E cita como testemunhas duas pessoas que já morreram, convenientemente.
Agora, é de doer que seja aceito como “delação” para fins de reduzir a pena de um ladrão a história do “não me lembro qual foi a empreiteira, mas todo mundo sabia”.
Ouviu na “Rádio Corredor”?
Passamos ao vale-tudo para atingir a honra das pessoas, faz tempo.
A história não tem densidade para render uma matéria, que dirá para render um processo, como o que há ali.
Muito menos para valer perdão ou redução de penas para quem desviou milhões e menos ainda para atingir outras pessoas na base do “ouvi falar” e do “todo mundo sabia”.
É preciso que haja um mínimo de verificação antes de se acusar alguém tão gravemente.
Não tenho procuração nem de Jaques Wagner nem de José Sérgio Gabrielli para defendê-los.
Aliás, sequer conheço qualquer um dos dois.
Mas há algo estranhíssimo neste documento de delação de Nestor Cerveró – vazado ilegalmente – apreendido de posse – ilegal – de Delcídio Amaral e, de novo, vazado para o Estadão.
Segundo o texto, Gabrielli teria decidido transferir para Salvador – uma das importantes sedes da Petrobras, desde sua fundação – uma parte do setor financeiro da empresa. ““Para tanto, foi construído um grande prédio em Salvador, onde atualmente é o setor financeiro da Petrobrás.”, diz o documento. Aí, teria escrito Cerveró, foi construído um prédio e, desta obra, parte dos recursos teria ido irrigar a campanha de Jaques Wagner ao governo baiano em 2006, mas que “não se lembra” por intermédio de que empreiteira teria construído o edifício.
Bem, não sei se Wagner recebeu dinheiro de tal ou qual empreiteira e não tenho como afirmar que tenha sido legal ou ilegal qualquer doação.
Mas, ao que parece, dou capaz de ir procurar informações para saber se isso coincide ou não com os fatos.
Aí encontro na página oficial da Petrobras a cobertura do lançamento da pedra fundamental de seu edifício na capital baiana, é fato. O mesmo em outras publicações baianas.
Só que em 19 de dezembro de 2011. Quer dizer: a obra começou mais de cinco anos depois da eleição de Wagner ao governo pela primeira vez ao Governo da Bahia e mais de um após sua reeleição.
Por mais que eu tente, não consigo atinar como foram feitos pagamentos – que seriam desviados para a campanha – com mais de cinco anos de antecedência!
Em qualquer lugar do mundo, obra é paga à medida de sua realização e atestada a execução. Pode haver fraude no preço ou na medição (que é como se chama o “confere” que se faz para pagar uma fatura de “X” reais). Nem sequer digo que não haja, porque não conheço propina paga antes de receber-se e com cinco anos de antecedência.
Em sua defesa, Gabrielli mostra – comprovando com reportagem de jornal – que a mudança do setor financeiro se deu em 2008, para prédio já ocupado pela empresa, que recebeu reforma a partir de 2007. Cerveró se refere especificamente à construção de “um grande prédio”, o que não é o caso de uma mera reforma em um já existente. E cita como testemunhas duas pessoas que já morreram, convenientemente.
Agora, é de doer que seja aceito como “delação” para fins de reduzir a pena de um ladrão a história do “não me lembro qual foi a empreiteira, mas todo mundo sabia”.
Ouviu na “Rádio Corredor”?
Passamos ao vale-tudo para atingir a honra das pessoas, faz tempo.
A história não tem densidade para render uma matéria, que dirá para render um processo, como o que há ali.
Muito menos para valer perdão ou redução de penas para quem desviou milhões e menos ainda para atingir outras pessoas na base do “ouvi falar” e do “todo mundo sabia”.
É preciso que haja um mínimo de verificação antes de se acusar alguém tão gravemente.
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