A insistência golpista de FHC
Editorial do site Vermelho:
A direita tenta - e tentará, ao longo do ano - a todo custo marcar Luiz Inácio Lula da Silva com a pecha da imoralidade e da ilegalidade, no esforço de impedir sua candidatura à presidência em 2018.
Esta direita já não tem porta-vozes do porte daqueles que teve faz mais de 50 anos, e hoje precisa contentar-se com o ex-príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso, que está longe de ter a clareza e, porque não dizer, o estilo do jornalista Carlos Lacerda, que foi o porta-voz do atraso nas décadas de 1950 e 1960.
Os dois artigos mensais que FHC publicou em 2016 são notáveis pela falta de clareza e pelos vaticínios contraditórios cometidos pelo ex-presidente convertido em comandante e ideólogo da direita tupiniquim.
O primeiro, publicado em 03/01/2016 ("Sinais de preocupação e esperança"), voltou-se contra o demônio que assombra os políticos ligados à elite: o “populismo” que tradicionalmente condenam.
FHC apostou, naquele artigo, que Dilma Rousseff não completará seu mandato. Escreveu que contra ela vale tudo - "renúncia, retomada da liderança presidencial em novas bases ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade das eleições".
Um mês depois, em pleno Carnaval, ele volta à carga e, em "O certo e o errado”, publicado domingo (7), renova o chamamento ao impeachment. O pretexto, agora, é a troca dos ministros da Fazenda, na qual vê o abandono do ajuste fiscal à Joaquim Levy (o “certo”) e o retorno dos incentivos ao crescimento da economia sob Nelson Barbosa (o “errado”).
Sua pretensão de análise tenta contrapor o que considera “moderno” (isto é, os neoliberais, que pensam como ele) ao que condena como “atraso” (os desenvolvimentistas reunidos em torno do governo da presidenta Dilma Rousseff).
E tergiversa a respeito da luta que realmente está em curso no país – entre os interesses populares e do setor produtivo, em confronto com a direita que representa o rentismo e a especulação financeira da qual Fernando Henrique Cardoso é o porta-voz mais vistoso.
Ele demonstra saber, e lamentar, que a contraposição política em curso opõe os trabalhadores e empresários da produção contra a ganância financeira e rentista. Investe contra a ideia de “pobres versus ricos” - que, teme, “pode funcionar”. Funciona por que descreve, de maneira que o povo entende, a contraposição de classe fundamental que ocorre no país, por mais que ele lamente!
Seu artigo recente termina com uma convocação ao impeachment, como não podia deixar de ser. "Há forças capazes de corrigir os desatinos cometidos”, afirma. “Para isso, é preciso que lideranças não comprometidas com o lulopetismo, apoiadas pelos grupos sociais que nunca se deixaram ou não se deixam mais seduzir pelo seu falso encanto, assumam a sua responsabilidade histórica, dentro da Constituição, para fazer o certo".
Na torre de marfim onde se esconde da realidade concreta do pais e da luta do povo (realidade que ele despreza) FHC navega por águas turvas e turbulentas.
Contra Getúlio Vargas (contra o mesmo “populismo” alvo de FHC), em 1954, o desenlace da crise e do golpismo foi um tsunami popular que devastou a elite e seus representantes (e mesmo os equívocos de “esquerda” contaminados pelas “denúncias” contra Vargas).
Na época, a reação popular foi capaz de atrasar, por uma década, o golpe da direita, que se concretizou em 1964.
Hoje, meio século depois, a situação é outra, e não é confortável para a direita e a classe dominante conservadora beneficiária do rentismo e da especulação.
Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, já havia alertado, no auge da crise, em dezembro passado, para a possibilidade de uma forte resistência popular contra o golpismo. Ela tinha razão; deputada e líder política ligada ao povo e aos trabalhadores, ela sabe interpretar o sentimento das ruas, que traduziu naquele alerta.
A presidenta do PCdoB não está sozinha ao constatar a possibilidade de uma reação popular de envergadura. O decano dos criminalistas de São Paulo, Paulo Sérgio Leite Fernandes, acaba de fazer alerta semelhante. Dizendo que o objetivo final da operação Lava Jato é prender o ex-presidente Lula (que é o “troféu de caça" ambicionado pela direita), ele chama a atenção para as consequências: "Se chegar a prender Lula”, disse, “há a possibilidade de uma reação enorme da sociedade civil".
Ele tem razão. O objetivo da investida da direita contra Lula é alcançar a esquerda, os progressistas e aqueles que defendem o país. E derrotar todo esforço por um desenvolvimento nacional soberano que beneficie o povo e os brasileiros e liquide privilégios inaceitáveis que beneficiam setores da classe dominante brasileira desde o passado colonial.
Este é o sentido da luta contemporânea: derrotar o atraso e o anacronismo dos neoliberais e colocar em seu lugar a modernidade autêntica e avançada de um sistema social e político que beneficie a nação e os brasileiros.
A direita tenta - e tentará, ao longo do ano - a todo custo marcar Luiz Inácio Lula da Silva com a pecha da imoralidade e da ilegalidade, no esforço de impedir sua candidatura à presidência em 2018.
Esta direita já não tem porta-vozes do porte daqueles que teve faz mais de 50 anos, e hoje precisa contentar-se com o ex-príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso, que está longe de ter a clareza e, porque não dizer, o estilo do jornalista Carlos Lacerda, que foi o porta-voz do atraso nas décadas de 1950 e 1960.
Os dois artigos mensais que FHC publicou em 2016 são notáveis pela falta de clareza e pelos vaticínios contraditórios cometidos pelo ex-presidente convertido em comandante e ideólogo da direita tupiniquim.
O primeiro, publicado em 03/01/2016 ("Sinais de preocupação e esperança"), voltou-se contra o demônio que assombra os políticos ligados à elite: o “populismo” que tradicionalmente condenam.
FHC apostou, naquele artigo, que Dilma Rousseff não completará seu mandato. Escreveu que contra ela vale tudo - "renúncia, retomada da liderança presidencial em novas bases ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade das eleições".
Um mês depois, em pleno Carnaval, ele volta à carga e, em "O certo e o errado”, publicado domingo (7), renova o chamamento ao impeachment. O pretexto, agora, é a troca dos ministros da Fazenda, na qual vê o abandono do ajuste fiscal à Joaquim Levy (o “certo”) e o retorno dos incentivos ao crescimento da economia sob Nelson Barbosa (o “errado”).
Sua pretensão de análise tenta contrapor o que considera “moderno” (isto é, os neoliberais, que pensam como ele) ao que condena como “atraso” (os desenvolvimentistas reunidos em torno do governo da presidenta Dilma Rousseff).
E tergiversa a respeito da luta que realmente está em curso no país – entre os interesses populares e do setor produtivo, em confronto com a direita que representa o rentismo e a especulação financeira da qual Fernando Henrique Cardoso é o porta-voz mais vistoso.
Ele demonstra saber, e lamentar, que a contraposição política em curso opõe os trabalhadores e empresários da produção contra a ganância financeira e rentista. Investe contra a ideia de “pobres versus ricos” - que, teme, “pode funcionar”. Funciona por que descreve, de maneira que o povo entende, a contraposição de classe fundamental que ocorre no país, por mais que ele lamente!
Seu artigo recente termina com uma convocação ao impeachment, como não podia deixar de ser. "Há forças capazes de corrigir os desatinos cometidos”, afirma. “Para isso, é preciso que lideranças não comprometidas com o lulopetismo, apoiadas pelos grupos sociais que nunca se deixaram ou não se deixam mais seduzir pelo seu falso encanto, assumam a sua responsabilidade histórica, dentro da Constituição, para fazer o certo".
Na torre de marfim onde se esconde da realidade concreta do pais e da luta do povo (realidade que ele despreza) FHC navega por águas turvas e turbulentas.
Contra Getúlio Vargas (contra o mesmo “populismo” alvo de FHC), em 1954, o desenlace da crise e do golpismo foi um tsunami popular que devastou a elite e seus representantes (e mesmo os equívocos de “esquerda” contaminados pelas “denúncias” contra Vargas).
Na época, a reação popular foi capaz de atrasar, por uma década, o golpe da direita, que se concretizou em 1964.
Hoje, meio século depois, a situação é outra, e não é confortável para a direita e a classe dominante conservadora beneficiária do rentismo e da especulação.
Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, já havia alertado, no auge da crise, em dezembro passado, para a possibilidade de uma forte resistência popular contra o golpismo. Ela tinha razão; deputada e líder política ligada ao povo e aos trabalhadores, ela sabe interpretar o sentimento das ruas, que traduziu naquele alerta.
A presidenta do PCdoB não está sozinha ao constatar a possibilidade de uma reação popular de envergadura. O decano dos criminalistas de São Paulo, Paulo Sérgio Leite Fernandes, acaba de fazer alerta semelhante. Dizendo que o objetivo final da operação Lava Jato é prender o ex-presidente Lula (que é o “troféu de caça" ambicionado pela direita), ele chama a atenção para as consequências: "Se chegar a prender Lula”, disse, “há a possibilidade de uma reação enorme da sociedade civil".
Ele tem razão. O objetivo da investida da direita contra Lula é alcançar a esquerda, os progressistas e aqueles que defendem o país. E derrotar todo esforço por um desenvolvimento nacional soberano que beneficie o povo e os brasileiros e liquide privilégios inaceitáveis que beneficiam setores da classe dominante brasileira desde o passado colonial.
Este é o sentido da luta contemporânea: derrotar o atraso e o anacronismo dos neoliberais e colocar em seu lugar a modernidade autêntica e avançada de um sistema social e político que beneficie a nação e os brasileiros.
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