terça-feira, 8 de julho de 2008

GLOBALIZAÇÃO - Sua outra face.

Mudanças profundas nas estruturas sociais, públicas e privadas, através das quais os homens desenvolveram suas atividades, são verificadas nos dias atuais. Podemos constatar esta afirmativa no setor privado, quando verificamos as modificações ocorridas na forma de gerir de 1969 até hoje. Na esfera pública esta incidência é mais marcante, incidindo de forma muito mais aguda nas instituições e nas funções básicas do Estado, alterando ao longo do tempo a forma com que se administra o poder. Os avanços tecnológicos nas telecomunicações, a informática e os processos produtivos se sucedem com vertiginosa rapidez, porém as mudanças psicológicas, que deveriam acompanhar, pelo menos, as esferas dirigentes, evoluem com mais lentidão, abrindo brechas entre as atuais tecnologias com que se dirige o mundo e a visão política com que se pretende compreender e interpretar seu atual e futuro desenvolvimento. A maioria segue interpretando assuntos sociais, políticos e econômicos segundo paradigmas de décadas passadas. A despeito de utilizarmos na vida diária, tecnologias do século XXI, seguimos interpretando os fenômenos políticos e sociais de nossos dias como se retroagíssemos às “leis das finanças”, quando utilizamos como modelo, um liberalismo econômico desenhado no século XVIII para benefício do império britânico de mais de 200 anos. Desde então, teóricos, escolas econômicas e mais de um Prêmio Nobel, procuram explicar os mais variados aspectos relacionados com os macroprocessos econômicos do planeta. Enquanto isso, operadores financeiros e traders globais, que pouca paciência têm com as elucubrações econômicas, literalmente trituram as economias nacionais e setoriais com o torniquete dos mercados globalizados, que crescem exponencialmente, sem se deter, girando loucamente 24 horas por dia. De Tóquio a Hong Kong, de Hong Kong a Tel Aviv, de Tel Aviv a Frankfurt e Londres, de Londres a Nova Iorque e Chicago e de Chicago novamente a Tóquio, sem solução de continuidade, sem princípio e sem fim. Seguimos pensando que o dólar, o euro, a libra ou o yen são moedas sujeitas às vontades do governo dos EUA, União Européia, Reino Unido ou Japão, quando na verdade o valor do dólar e das moedas se decidem nos diretórios dos grandes bancos e empresas de Wall Street ou durante a noite no outro lado do planeta, em Tóquio. (do livro “El cerebro del mundo: La cara oculta de la Globalizacion”, de Adrián Salbuchi, Ediciones del Copista, Córdoba: 1999). (Redação)
Fonte:AEPET.

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