terça-feira, 8 de abril de 2014

POLÍTICA - Torço para FHC participar da campanha.

Vão envernizar a herança maldita do governo FHC e Aécio vai usá-lo na campanha


O candidato tucano ao Palácio do Planalto na eleição deste ano, senador Aécio Neves (PSDB-MG), está mesmo determinado a passar um verniz na herança maldita deixada pelos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a usá-lo agora na campanha eleitoral. Menos mal para o ex-presidente, que entra animado na campanha do mineiro – da qual é o principal patrono – depois de ter sido rejeitado e mantido à máxima distância nas três últimas campanhas presidenciais do partido.
Na de 2002, por falta de mínimas condições políticas ante arrasadores índices que detinha nas pesquisas, o ex-presidente não pode se aproximar de palanques e da TV, e o candidato José Serra se irritava à simples menção de seu nome. O candidato tucano ao Planalto em 2006, Geraldo Alckmin, o repeliu da mesma maneira. Em 2010, Serra de novo candidato a presidente da República, os tucanos até tentaram exilar FHC, mantendo-o o máximo possível no exterior durante a campanha.
Agora FHC, que lançou a candidatura Aécio Neves à Presidência da República há pouco mais de um ano, vive um processo de reabilitação patrocinado por Aécio já há algum tempo. E assim, pela 1ª vez desde que deixou o Planalto há 12 anos o ex-presidente terá um depoimento seu levado ao ar na propaganda uma campanha presidencial do PSDB.
Sua participação será exibida em inserções publicitárias em rede nacional de rádio e TV a partir de amanhã. As inserções publicitárias irão ao ar três vezes por semana  e se encerram com a apresentação do programa nacional, de 10 minutos, no próximo dia 17. Haverá um capítulo especial para apresentação de Aécio e sua biografia política, na tentativa de diminuir seu desconhecimento. Em sua participação, FHC não se arrisca a falar de sua gestão nem defenderá ainda seu legado – fará uma reflexão sobre o futuro do país.
Desenvoltura
Sem nunca ter deixado de ser atuante quando lhe permitiram ou não, o ex-presidente FHC está cada vez mais desenvolto nestes tempos de resgate e reabilitação patrocinados por Aécio. Na semana passada, em entrevista, ele chegou a dizer ao jornal Valor Econômico:”Eu não entendo por que as Forças Armadas ainda não dizem: ‘Olha aqui, nós fizemos isso (golpe e ditadura) e foi errado’. Por que, se eles disserem isso, acabou”.
Frase inédita de FHC, pena que ele não a tenha proferido nem induzido os militares a fazê-lo nos oito anos em que foi presidente da República (1995-2002), quando era o comandante em chefe das Forças Armadas.
Já o artigo quinzenal dele, publicado neste domingo (ontem) nos jornais O Estado de S.Paulo e em O Globo – título “Sem mistificações” -, é um primor de despiste e escapismo, um poço de amargura e ira. Contra o PT. O ex-presidente preconiza uma série de medidas, ensina como governar, explica como administrou e por que imprimiu determinadas linhas a seus dois governos e sugere, principalmente, uma série de propostas que não adotou nos oito anos em que foi presidente da República.
No fundo, e isso ele deixa transparecer no artigo, sua ira contra o PT é gerada principalmente pelo fato de o partido o chamar de neoliberal e classificar de neoliberais seus governos. Ele diz que não é, nem seus governos foram. Um filme que já se viu tantas vezes antes, não? Tanto da parte dos tucanos quanto de inúmeros outros  de esquerda, que viram à direita, são apontados como situados nesse lado do espectro ideológico e aí se irritam, contestam e não assumem de jeito nenhum.

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