quarta-feira, 20 de agosto de 2014

MÍDIA - Liberdade de expressão ou o "feitiço virou contra o feiticeiro."




Quando a liberdade de expressão mostrou sua cara ao Brasil


Por Sergio Medeiros

A forma agressiva com que William Bonner e Patrícia Poeta trataram a Presidente Dilma Roussef, em sua entrevista no Jornal Nacional da Rede Globo, em contraposição a postura serena e desafiadora da entrevistada, ao final, teve efeito contrário ao esperado pelo referidos inquisidores.
Explico.
A polêmica que se criou, em face da flagrante parcialidade e agressividade que nortearam a entrevista, por parte dos apresentadores, se disseminou nas redes sociais e no restante da mídia, acarretando defesas e ataques conforme a opção eleitoral dos internautas e mercê de outras manifestações de conteúdo estritamente crítico.
Mas, abstraída a questão em si – o que nada tem a ver com a análise do mérito de tal fato – restou como subproduto desta disputa, a enorme publicidade dada aos pronunciamentos políticos, a serem futuramente concretizados,  e isso, justamente na inauguração do horário politico eleitoral gratuito.
Pois bem, em razão da qualidade e do tempo disponível pelo Partido dos Trabalhadores e pela Presidente Dilma Roussef, para realizarem sua defesa e exporem o contraditório,  tal contexto teve o condão de possibilitar uma exploração didática do ocorrido, resultando em algo extremamente benéfico para a campanha da referida candidata e, o mais importante, para a efetivação da democracia.
Tal situação emblemática de ataque patrocinado pela Globo contra a candidata Dilma Roussef e seu partido, funcionou como chamada para que as pessoas assistissem o programa eleitoral do PT, oportunidade na qual este deu um banho de competência na exploração de suas realizações enquanto governo, em claro contraste com as afirmações do jornal e de seus apresentadores.
O erro, primário, deu-se pelo simples hábito da referida emissora, de nunca ceder contraponto ao Partido dos Trabalhadores, apesar de sistematicamente acusa-lo, o que resta provado, em termos mais amplos, na análise realizada por pesquisadores da UFRJ, que revela que 93% do noticiário é dirigido contra o governo e somente7% é favorável (http://www.manchetometro.com.br/).
Acostumados com tal procedimento, a cúpula do jornalismo não teve o cuidado de verificar que, desta vez, excepcionalmente, e, a despeito de sua vontade, haveria oportunidade de réplica, tréplica e mais, haveria a possibilidade de se realizar  toda uma exposição dos fatos e das matérias abordadas, sob a ótica das pessoas e partido atacados – no caso, no espaço destinado a propaganda eleitoral gratuita.
E quão importante é tal fato, que, até mesmo frente a uma tentativa espúria de atacar a candidata e o governo do Partido dos Trabalhadores, bastou a simples disponibilização de um instrumento fundamental para a democracia , ou seja, um pouco de liberdade de expressão, para neutralizar tal ataque, ou seja, através da possibilidade de acesso, via meios de comunicação de massa, para a parte atingida poder exercer o direito de defesa e o contraditório perante a população brasileira.
Este episódio escancara a diferença do que ocorre na chamada grande mídia, em que a liberdade entendida como manifestação livre plural sem amarras e com paridade, é feita refém pelos donos das concessões públicas dos veículos de comunicação de massa.
Em termos concretos:
É justamente esta a liberdade que é sonegada pelos meios de comunicação.
É justamente esta a liberdade que é objeto de luta e pela qual milhões de pessoas morreram
É justamente esta a  liberdade que é sinônimo de igualdade e clareza
É justamente esta a liberdade que é a base da dignidade da pessoa humana
É justamente esta a LIBERDADE que se chama DEMOCRACIA.

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