NOTA À SOCIEDADE
Hoje (19/08), fui agredido
pelo pasquim eletrônico assinado pelo ex-jornalista Ricardo Noblat. A direita
alugada não compreende minha integridade. Irrita-lhe minha coerência política e
meu papel como Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de cuja
refundação fui responsável em 1985. Fui vítima de ataque, que me apontou como artífice de
suposta conspiração contra Marina Silva. Noblat pretendeu, em sua manifestação, tornar verídica sua infundada tese, valendo-se de
frase que atribuiu a Eduardo Campos, hoje morto. Mortos não se defendem,
tampouco atacam.
Logo que a tragédia da morte
de Eduardo Campos se abateu sobre o meu País e meu partido, nessa ordem,
começou o assédio para que o PSB anunciasse sua escolha óbvia para a
recomposição da chapa presidencial. A primeira cobrança foi feita ainda no
aeroporto de Congonhas quando me deslocava para saber do nosso líder. O mau
jornalismo já estava açodado na noite daquela quarta-feira fatídica. E não mais
parou.
O partido e eu pessoalmente
tomamos e mantivemos a decisão ética – incompreensível aos que carecem dessa matéria
prima – de que só cuidaríamos de novos caminhos quando tivéssemos enterrado
nosso amigo. Vivíamos um luto e pedíamos respeito. Distribui nota com esses
esclarecimentos, bem como dei fartas explicações aos que nos procuravam por
definições. Além da política, existem a
vida e a morte, além da fofoca, o respeito humano pelos que se foram e pelos que
choravam.
Os idiotas de plantão desconheciam
que eu havia conversado com Marina Silva sobre esse procedimento, com meus
colegas de Executiva Nacional e com a família de Eduardo Campos. Sepultado o
líder, não cessam as dores. Mas os entendimentos foram abertos, começando por
conversar com Renata Campos e, em seguida, com Marina. Amanhã será a vez dos
partidos que integram nossa coligação.
Nesse meio tempo, ouvi os
companheiros dirigentes e nossos principais quadros. Não cabe a um presidente
socialista ter candidato, mas conduzir o partido ao encontro da melhor solução
e esta é aquela que mais nos une e nos faz vencer o transe e a campanha.
Cabe-me construir, ouvindo. Buscar a melhor alternativa partidária para a
cabeça de chapa e seu vice. É o que estou fazendo.
Cabe-me levar o resultado aos
partidos coligados e submeter nossa proposta. Tal decisão não é ato de
exclusiva vontade do PSB. Muito menos pertence à imprensa, como alguns parecem
acreditar. E o PSB decide e só decide através de suas instâncias partidárias e
meu dever é preservar essas instâncias e suas autonomias e exigir que elas
sejam respeitadas.
Sempre procurei fazer a grande
política, deixando a política miúda, da troca de favores, afagos e comissões
para o baixo-clero. E não faço de adversários eventuais inimigos de carreira.
Tanto eu quando Eduardo sempre preservamos a amizade de Lula, de cujo governo
fomos ministros dedicados. Isso jamais impediu um legítimo projeto político do
PSB e inclusive disputar com ele as eleições de 2002.
A Executiva Nacional, reafirmo,
reúne-se amanhã, dia 20, na sede do PSB em Brasília, para opinar e votar na
plenitude de sua independência e segundo suas consciências, atentos ao destino
do nosso Brasil. Nosso dever é com o destino do Brasil e os valores
socialistas, os mesmos que pautaram a vida de João Mangabeira, Hermes Lima,
Antônio Houaiss, Jamil Haddad, Miguel Arraes e Eduardo Campos. Valores que
levaram Eduardo ao projeto da candidatura presidencial. Ele morreu lutando por
isso. Por isso não desistiremos do Brasil.
Roberto Amaral
Presidente Nacional do PSB
Brasília, 19 de agosto de 2014
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