Quem coordena é Erundina, do PSB, mas quem manda é a Setúbal, do Itaú
Autor: Fernando Brito
Impressionante a entrevista da sócia do Itaú, Maria Alice Setúbal, na Folha.
Sai-se como a Armínio Fraga de Marina Silva e dá palpite sobre tudo, em especial a economia, com a segurança de quem sabe que a candidata está presa ao que ela disser.
Tanto que o jornalista Fernando Rodrigues, apesar de entrevistar Setúbal, coloca sem meias-palavras, no título: Marina acena ao mercado e promete autonomia para o BC”
A herdeira-banqueira chega ao ponto de alinhar como será a “equipe econômica” marinista.
“O mercado visualizando as pessoas que estão ao lado dela vai ter muito mais segurança. Ela já tem vários economistas. Terá outras, mais operadoras. Tem [Eduardo] Giannetti, André Lara Rezende, Eliana Cardoso, José Eli da Veiga. São economistas que têm um olhar mais acadêmico. Eles já dão um certo aval para o mercado -embora eu entenda que não seja suficiente porque eles são mais teóricos. Acredito que ao longo da campanha nós vamos ter outras pessoas que estarão se aproximando, que são mais, vamos dizer, operadores.”
Em nenhum momento ela sequer ressalva que essa ou aquela questão deva ser formulada à própria candidata. Responde com foros de porta-voz.
Precisa mais para deixar claro quem vai mandar?
Luiza Erundina, que nunca foi propriamente uma pessoa com grande poder dentro do PSB – basta ver como foi derrotada na aliança paulista com Alckmin – vai emprestar sua seriedade ao trabalho de aparar os conflitos internos do partido.
Nisso, Marina não vai criar problemas para ela, porque não importa quem esteja no comando das quinquilharias partidárias, nada apetitosas para a ex-senadora.
No que importa, a sua coordenadora já se apresentou ao público.
Maria Alice Setúbal.
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