segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

ECONOMIA - Cadê a crise?


Hotéis e aeroportos lotados: cadê a crise?

Do site Vermelho:

Os dados relacionados às viagens de fim de ano contradizem o cenário que a oposição e setores da mídia pintam sobre a economia brasileira. De acordo com matérias publicadas em grandes veículos, hotéis e aeroportos ficaram lotados no fim do ano. É o caso do Rio de Janeiro, que teve recorde de turistas, e do aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, cujo número de passageiros aumentou 5% em relação ao período de festas do ano passado.
Somente os cerca de 860 mil turistas que foram ao Rio para a virada do ano lançaram na economia da cidade aproximadamente R$ 2,7 bilhões. Segundo a agência O Globo, a taxa de ocupação dos hotéis chegou a uma média de 90% na orla de Copacabana, Ipanema e Leblon. Nos estabelecimentos cinco estrelas, o índice chegou a 98%.

"Foi o melhor réveillon dos últimos tempos, a cidade teve uma das mais altas taxas de ocupação e um número maior de oferta de quartos. Temos 40 mil e vamos ganhar 2 mil até as Olimpíadas. Na Barra, região onde houve investimento em novas unidades, tivemos índice de 100% de ocupação nos cinco hotéis com queima de fogos", disse o secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello, que espera repetir o sucesso na próxima virada.

A expectativa é de que os Jogos Olímpicos de 2016 aqueçam ainda mais o turismo. “Dezoito mil jornalistas do mundo inteiro estarão no Rio, transmitindo imagens da cidade”, afirmou o secretário.

Mas, nesse fim de ano, os maiores responsáveis por lotar hotéis e pousadas foram os viajantes do país, prova de que, “apesar da crise” (expressão que a grande mídia gosta muito de usar), ainda há espaço no orçamento das famílias brasileiras para investir em lazer. “Os turistas brasileiros lideram a ocupação dos hotéis do Rio neste ano, com 70% das reservas”, informou à Agência Efe o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) no Rio de Janeiro, Alfredo Lopes.

Em Salvador, também não teve crise no turismo. De acordo com a Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), 94,5% das vagas em hotéis e pousadas da capital baiana foram reservadas durante os dias que antecederam o réveillon. Estabelecimentos localizados no Centro Antigo e na orla marítima alcançaram os 100% de ocupação nos dias de festa.

A Tribuna da Bahia noticia que a festa que marcou a passagem de ano no bairro do Comércio, em Salvador, teve recorde de participantes. E que, a fim de aproveitar melhor o feriado prolongado, muitos turistas optaram por esticar sua permanência na cidade.

Imagens de Morro de São Paulo (abaixo), região turística do município de Cairu, no baixo sul da Bahia, também ajudam a contradizer os discursos mais pessimistas sobre a economia. O terminal de embarque e desembarque do local ficou completamente lotado de baianos e turistas nesta segunda. Vídeos e fotos mostravam uma enorme fila, que se alongava do terminal até a ladeira que dá acesso aos guichês da pagamento da Taxa de Preservação Ambiental (TAP).

De acordo com a Prefeitura de Cairu, Morro de São Paulo recebeu durante o réveillon cerca de 15 mil turistas e a ocupação hoteleira foi de 100%.



A taxa de ocupação hoteleira de São Luís, no Maranhão, também registrou média de 90% durante a semana do réveillon. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Maranhão (ABIH-MA). Para o presidente da entidade, João Antônio Barros Filho, os números superam a expectativa inicial, que era abaixo de 50%.

“Estamos muito felizes com esse índice de ocupação porque, em decorrência desse clima de instabilidade financeira que o país vive, não esperávamos algo tão bom. Logo no início de novembro, o mercado já dava sinais de que teríamos esta grata surpresa, quando atingimos os 77% de ocupação.”

Em outras cidades turísticas também não foi diferente, caso de Serra Negra e Guarujá, em São Paulo. Os paulistanos, aliás, preveem um 2016 de mais viagens. Cerca de 85 % dos turistas de São Paulo afirmaram ter interesse de viajar pelo país nos próximos seis meses. Deles, 56,6% deverão visitar outras regiões, enquanto 43,4% irão a destinos dentro do próprio estado.

O incremento no número de passageiros no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, também prova que o cenário não está tão catastrófico na economia. A concessionária Inframérica previa que entre 10 de dezembro e 10 de janeiro, 1 milhão e 870 mil pessoas passariam pelo terminal. Os destinos mais procurados foram as cidades das regiões Nordeste e Sudeste.

Política cambial

A forte queda do valor do real frente ao dólar em 2015, de quase 46%, é um fatores que ajuda a explicar o incremento no turismo. A desvalorização da moeda beneficia o setor à medida que barateia as visitas dos estrangeiros ao Brasil e também porque torna mais atrativas as viagens de brasileiros dentro do país, uma vez que destinos internacionais ficam mais caros.

Segundo informações procedentes da Argentina, a demanda por pacotes turísticos adquiridos pelos vizinhos que querem passar o verão austral de 2016 no Brasil, por exemplo, aumentou em 50% contra o de 2015. O setor do turismo nacional agradece.

O pessimismo da mídia

Os dados do fim de ano mostram que a realidade muitas vezes é melhor do que aquilo que os veículos de comunicação – e a oposição – mostram. Muitos foram os veículos que, por exemplo, destacaram o fato de as vendas nas lojas em shoppings terem caído no fim do ano. Não contextualizavam, no entanto, a enorme mudança nos costumes que a internet tem provocado.

Segundo a Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop), a queda do comércio em shoppings foi de 1% em relação a 2014. Mas as lojas online registraram no Natal de 2015 vendas de R$ 7,4 bilhões, um crescimento de 26% em relação ao ano passado, informou a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico.

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