Como desaba Temer: sem Globo, sem mercado, sem Congresso
Competente análise do jornalista Luís Costa Pinto, agora cedo no Poder360, resume a ópera (bufa?) em que está metido o findante – ou já finado, na prática – governo Michel Temer. Uma sequência perfeita de como se exerce o poder no Brasil e de como se perdem as condições de exercê-lo.
Não é novo, mas segue sendo trágico.
A síntese óbvia, clara, cristalina do
que temos hoje é a persistência de um governo que respira por
aparelhos, não possui instrumentos cirúrgicos capazes de lhe devolver
vitalidade e dispensou a equipe médica que lhe dava esperanças: a Globo e
seu arsenal historicamente competente usado para construir e para
assassinar reputações. Para revogar e para revigorar agendas. Para criar
climas e anticlimas.
Sem a Globo chancelando os áulicos
palacianos, o mercado financeiro passa a tratá-los com desprezo
despudorado também. Afinal, para os operadores, não há governo bom ou
ruim. Há, sim, governo útil ou inútil. O atual já não lhes é mais útil.
Por conseguinte…
Por fim, sem a Globo e sem a chancela
do mercado, do establishment financeiro, por que uma maioria
parlamentar imolaria suas biografias (em alguns casos, prontuários) na
defesa de uma agenda capaz de pulverizar-lhes votos e angariar-lhes ódio
popular?
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