quarta-feira, 24 de abril de 2024

Estudantes americanos se posicionando contra o genocídio em Gaza, repetindo o que fizeram contra a guerra do Vietnã.

 

Estudantes estão a ser presos por defenderem a Palestina

23 de abril 2024 - 12:07

As principais instituições universitárias dos EUA assistem a uma vaga de protestos por causa das suas ligações a empresas que têm interesses em Israel ou até que fabricam armas para o massacre em Gaza. Em várias universidades, os acampamentos estudantis estão a ser fortemente reprimidos.

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 Estudantes enchem as ruas para exigir controlo de armas nos EUA
Tendas dos estudantes da Universidade de Columbia que protestam contra o massacre em Gaza. Foto de SARAH YENESEL/EPA/Lusa.

Esta segunda-feira, dezenas de estudantes foram presos na Universidade de Nova Iorque e na Universidade de Yale devido aos protestos pró-Palestina. Nos dois campi universitários havia acampamentos que as direções das instituições denunciaram como sendo ocupações ilegais, tendo a polícia intervindo para terminar com as ações.

A Universidade de Yale emitiu um comunicado em que confirma a detenção de 47 das centenas de jovens que protestavam e diz que vai instaurar processos disciplinares contra eles. Os estudantes exigiam que a administração se afastasse dos fabricantes de armas que a apoiam.

Na Universidade de Nova Iorque, o acampamento da Gould Plaza, que contava com cerca de 200 pessoas, foi alvo de uma ação policial ao cair da noite com a polícia a destruir as tendas e a agarrar os estudantes que cantavam palavras de ordem como “Não vamos parar, não vamos descansar. Revelar. Desinvestir.” Nem a polícia nem a própria universidade informaram entretanto quantas detenções foram feitas.

O movimento está também a percorrer outras grandes universidades públicas, algumas das quais decidiram encerrar. Por todo o lado, uma das denúncias centrais são os vínculos das instituições a empresas que têm vários tipos de ligações a Israel.

A Universidade de Columbia encerrou na segunda-feira e as aulas passaram a ser lecionadas online. Aqui, na semana passada, também tinha sido chamada a polícia para destruir um acampamento no relvado central do campus e cerca de cem estudantes foram presos sob a acusação de violação da propriedade privada por permaneceram no local onde estudam. No Barnard College, que a integra, dezenas de estudantes foram já suspensos por participação nestes protestos. Depois da rusga policial, os estudantes montaram novo acampamento e houve uma marcha de professores em solidariedade para com eles.

O Harvard Yard, o coração do campus da Universidade de Harvard, também foi fechado. E, na mesma zona, os campus de Tufts e Emerson também têm acampamentos. O mesmo acontece, por exemplo, em Berkeley, Universidade da Califórnia, no Massachusetts Institute of Technology e no Emerson College em Boston.

Para além dos acampamentos, há ainda manifestações frequentes como aconteceu na passada sexta-feira e no fim de semana nas Universidades de Brown, Princeton e Northwestern, para citar apenas algumas.

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