
A advogada Clara Rojas, seqüestrada na mesma ocasião que a franco-colombiana Ingrid Betancourt pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), lamentou nesta quinta-feira as “histórias falsas” contadas pela ex-refém da guerrilha sobre si.
Em referência à Betancourt e ao ex-senador Luis Eladio Pérez, libertado em janeiro passado, Rojas assegurou, em entrevista à emissora RCN, que “eles deviam ter sido solidários, e não foram”.
“Penso que o que passou, passou, e o que eles estão dizendo é totalmente falso. Dói na minha alma, porque não tenho nada contra eles”, disse hoje Rojas.
A ex-refém referiu-se a declarações e entrevistas concedidas por Betancourt e Pérez e à saída do ex-senador da Colômbia esta semana por ameaças à vida.
Rojas mencionou também uma reportagem em que o ex-senador disse que tinha lavado fraldas de Emmanuel, filho da advogada que nasceu em cativeiro.
Ela também falou sobre uma declaração de Betancourt a um canal de televisão de Paris de que teria salvado a
vida a Emmanuel.
“Não sei de onde eles tiram isso, mas Ingrid é boa de teatro”, afirmou Rojas, parecendo desconfortável.
Ela explicou que “o nível de proximidade, tanto de Luis Eladio (Pérez) quanto de Ingrid com Emmanuel era zero” e acrescentou: “Eles estavam na zona de fumantes e eu, na de não fumantes, e não tínhamos nada a ver”.
A realidade, afirmou, “é que desde o momento em que soube que estava grávida até o momento do nascimento, eles estiveram muito afastados”, e continuaram assim até quando os três foram separados.
“Tento ser muito cuidadosa com o que falo do seqüestro”, disse Rojas, que ainda afirmou que deseja “viver tranqüila”.
Betancourt e Rojas foram seqüestradas em 23 de fevereiro de 2002 no departamento de Caquetá, sul da Colômbia, quando Betancourt fazia campanha como candidata à Presidência.
Clara Rojas foi libertada pelas Farc no dia 10 de janeiro e, desde então, vive em Bogotá com a mãe e com o filho, enquanto Betancourt, resgatada em uma operação do Exército no dia 2 de julho, viajou com a família dois dias depois a Paris.
Fonte: Folha Online
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