segunda-feira, 14 de julho de 2008

CRISE AMERICANA - Cadê a mão invisível do mercado?

O secretário de Estado do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, anunciou um pacote de medidas de apoio às duas empresas, que estavam em risco de falência iminente.

Durante a semana passada, as duas empresas viram o seu valor em bolsa cair 50%, o que levou o governo norte-americano a intervir em conjunto com a reserva federal (o banco central dos EUA).

Devido à crise, muitas famílias deixaram de poder pagar à banca os seus empréstimos de crédito à habitação. Estas duas empresas, que garantiam o risco da dívida hipotecária vendida no mercado financeiro, foram então severamente atingidas por essa falta de pagamento dos empréstimos do crédito à habitação. A Fannie Mae tinha atingido os 800.000 milhões de dólares de dívida, enquanto a Freddie Mac chegara aos 780.000 milhões de dólares.

As autoridades norte-americanas esqueceram o seu credo neoliberal e decidiram intervir para salvar as duas empresas, mas Henry Paulson deixou claro que não vai nacionalizá-las, afirmando em comunicado: "A Fannie Mae e a Freddie Mac desempenham um papel central no nosso sistema de financiamento imobiliário e devem continuar a ter esse papel, sob a sua forma actual de companhias detidas pelos accionistas".

Para evitar a falência, o Tesouro dos EUA aumentou "temporariamente" a linha de crédito autorizado às duas empresas e a reserva federal decidiu autorizá-las a aceder a empréstimos com as suas condições de refinanciamento, semelhantes às dos bancos.

O Tesouro apresentará ao Congresso norte-americano propostas para autorizar a compra de acções e outras medidas para garantir a estabilidade das duas empresas.

As medidas das autoridades norte-americanas acalmaram para já as bolsas, mas muitos analistas prevêem novas falências bancárias, considerando que falta apenas saber quantos, quais e quando.

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