Um cidadão saudita suspeito de ter participado dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos foi torturado no centro de detenção de Guantánamo, afirmou a juíza Susan Crawford, encarregada de supervisionar a comissão militar da prisão.
"Torturamos (Mohammed al) Qahtani", sustentou Crawford em declarações ao jornal Washington Post, dizendo que o tratamento dado ao saudita "coincide com a definição legal de tortura", disse. "As práticas utilizadas estavam todas autorizadas, mas aplicadas de forma muito agressiva e por tempo prolongado", acrescentou.
A juíza é a primeira funcionária do governo do presidente George W. Bush encarregada de supervisionar o tratamento dos prisioneiros em Guantánamo a admitir a existência de torturas no centro de detenção.
O porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, disse, por sua vez, em um texto enviado ao mesmo jornal, que a investigação sobre os interrogatórios aos quais foi submetido Al Qatani em 2002 mostra que os métodos utilizados estavam dentro das leis. O cidadão saudita permanece preso até hoje.
No início deste mês, a organização humanitária Anistia Internacional (AI) pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que deixasse clara a data de fechamento da prisão de Guantánamo "imediatamente após assumir" o poder.
Em um comunicado enviado em ocasião dos 11 anos da chegada dos primeiros prisioneiros ao centro de detenção, a AI insistiu para Obama "traduzir realmente o seu empenho de colocar um fim nas violações dos direitos humanos que marcaram as políticas e as práticas antiterroristas norte-americanas nos últimos sete anos".
O centro de detenção na ilha cubana foi aberto no início de 2002, onde ficava uma base naval norte-americana. Atualmente, segundo a AI, existem 250 pessoas presas no local.
Fonte: Ansa Latina/Site O Vermelho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário