segunda-feira, 8 de junho de 2009

COMÉRCIO EXTERIOR - Empresários brasileiros chegam à Africa em busca de mercados preferenciais.

Gilberto Costa*
Enviado Especial

Acra (Gana) - Em 2003, 25% das exportações brasileiras tinham como destino o principal parceiro comercial, os Estados Unidos da América. Passados 6 anos o valor das exportações para o país mais rico do mundo aumentou, mas o peso daquele mercado caiu para 12% das exportações. Ao mesmo tempo, países como a Venezuela, por exemplo, que comprava o equivalente a cerca de US$ 500 milhões saltou para US$ 5 bilhões no mesmo período.

Os números são do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que lidera uma missão à Africa ocidental subsaariana com mais de 70 executivos e representantes de associações empresariais brasileiras, em busca de novos mercados; “preferencias” e “alternativos” aos “maduros, mas muito competitivos” (Estados Unidos e Europa).

“A África é uma região estratégica para o Brasil”, diz o ministro. Para ele, os países africanos “são muito mais próximos e estão em um estágio de desenvolvimento em que muitos de nossos produtos têm uma aceitação muito grande”. Miguel Jorge e o grupo de empresários de setores como os alimentos, construção civil, equipamentos chegaram na noite de ontem (hora local) em Acra, capital de Gana. Os brasileiros também visitam o Senegal (amanhã, 9), Nigéria (na quarta e na quinta-feira) e Guiné Equatorial (na sexta-feira).

Segundo os empresários brasileiros na missão, Gana se destaca entre os países africanos, pela estabilidade política e econômica e um comércio bilateral ainda modesto. Segundo dados de 2008, foram US$ 344,8 milhões de corrente de comércio (exportações mais importações), francamente favorável ao Brasil (US$ 323,3 milhões de exportações).

Até abril passado, o Brasil acumulou saldo de US$ 55,2 milhões. Mais de 84% da pauta de exportação foi de produtos industrializados (açúcar refinado, carne de frango, fios e barras de ferro e aço, álcool etílico, tintas, caixas e embalagens, entre outros). Neste ano, o Brasil importou principalmente borracha natural.

Miguel Jorge defende o comércio mais intenso e equilibrado com os países africanos. O discurso vai ao encontro das aspirações ganenses: "Minha ambição como embaixador é contribuir para que o comércio se equilibre”, disse Samuel Kofi Dadey, embaixador de Gana no Brasil.

“O meu país tem muito interesse em aprofundar as relações comerciais com o Brasil”, afirmou Kofi Dadey à reportagem da Agência Brasil, antes da partida dos empresários brasileiros. “Gana precisa melhorar sua competitividade, e melhorar a qualidade de seus produtos fazendo cooperação com os países que já têm expertise [experiência], como o Brasil”.

Nós próximos meses, o Brasil deve fechar negócio com Gana para a construção de duas hidrelétricas, uma usina de etanol e tanques para armazenamento de combustível próximos ao porto de Tema, ao redor de Acra.

Esta é a segunda missão de empresários brasileiros no continente. Em janeiro, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) comandou uma missão aos países árabes (Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia). Uma terceira missão está programada para o período entre agosto e o próximo ano ao sul do continente (Namíbia e África do Sul). No ano passado as exportações para a África atingiram US$ 26 bilhões.
Fonte:Agência Brasil.

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