Hong Kong: manifestação de solidariedade com Edward Snowden
Ativistas da esquerda democrática de Hong Kong saíram às ruas para denunciar a violação dos direitos humanos praticada pelo governo dos EUA. Por Mary Fusen.
Ativistas de Hong Kong manifestam também seu apoio a Snowden, que se encontra nessa localidade, para se defender do governo de Washington.
Os incansáveis ativistas da esquerda democrática de Hong Kong saíram às ruas para denunciar a violação dos direitos humanos praticada pelo governo americano, cuja NSA (National Security Agency) tem feito uma massiva vigilância sobre milhões de pessoas, fato divulgado pelo jornal britânico The Guardianatravés de informações concedidas por Edward Snowden. Os ativistas de Hong Kong manifestam também seu apoio a Snowden, que se encontra nessa localidade, para se defender do governo de Washington e dos políticos reacionários que já se manifestaram exigindo a sua extradição imediata.
Snowden, em declaração ao The Guardian, esclareceu que não está a fugir e pretende defender-se legalmente. Mas não é difícil imaginar qual é o futuro que o espera a depender do imperialismo americano.
A maior crise política do governo Obama
A denúncia de que o governo de Barack Obama está a vigiar ilegalmente milhões de pessoas no planeta gerou aquela que pode ser a maior crise da sua administração. A repercussão em todo mundo ameaça tornar-se um poderoso tsunami que poderá lavar o atual presidente. Dias atrás, o governo americano queixava-se de que a China estava a “hackear” os EUA. Em recente declaração, Snowden esclareceu que o governo americano é que está a vigiar os chineses há vários anos.
Barack Obama foi laureado, em 2009, com o prémio Nobel da Paz pelo “Seu extraordinário esforço para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”. Resta saber se o homem que ordena a vigilância ilegal sobre milhões de pessoas merece um prémio dessa natureza, também oferecido a pessoas como a democrata birmanesa Aung San Suu Kyi e também a Liu Xiaobo, que se encontra enjaulado na China pela liderança comunista. Ou se esse prémio merece alguma consideração.
Obama, que argumenta que a vigilância é justificada na luta contra o terrorismo, está a ter dificuldades para defender as suas posições frente à população americana e mundial. Oscartoons a mostrar Obama como o “Grande Irmão” têm ganhado popularidade na Internet.
Além da manifestação inicial dos ativistas de Hong Kong, prepara-se também para o dia 4 de julho, nos EUA, uma manifestação de solidariedade a Snowden e também a Bradley Manning. O soldado Manning, preso desde 2010, está a ser processado por ter revelado informações sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, consideradas segredo de Estado e cuja divulgação ajudou ao inimigo, segundo o governo americano. Essas informações foram divulgadas pela Wikileaks, cujo dirigente, Julian Assange, encontra-se também perseguido e refugiado na embaixada equatoriana, em Londres. A lista é pequena, mas impressionante, da caça às bruxas desenvolvida por aquele governo que se julga o guardião da democracia mundial.
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