Crítica ao editorial da Folha de S.Paulo
Enviado por luisnassif
Sugestão de Osvaldo Ferreira
Da Folha de S. Paulo
Da Folha de S. Paulo
Editorial
Cartel delatado pela
Siemens lança suspeita grave sobre governos tucanos em SP; PSDB acusa
Cade de servir como instrumento político
As sucessivas administrações do PSDB em São Paulo, Estado governado pelo partido desde 1995, estão no epicentro de um escândalo milionário em torno do fornecimento de material ferroviário para linhas de metrô e de trens da CPTM.
O caso foi revelado nesta Folha. Reportagem de 14 de julho relatou a delação de um cartel por um de seus integrantes, a empresa alemã Siemens, ao Cade (agência federal antitruste) e ao Ministério Público, com os quais fizera acordo de imunidade em troca de colaboração.Não há ainda denúncia formal à Justiça. Por ora vieram à tona apenas documentos internos da Siemens que mencionam a combinação de resultados com as concorrentes Alstom (França), Bombardier (Canadá), CAF (Espanha), Mitsui (Japão) e outras empresas menos expressivas. Ao menos seis licitações teriam sido fraudadas.
Há que considerar a investigação com dupla cautela. Os detalhes ainda são nebulosos, mas o que transpirou até aqui indica um conluio entre fornecedores para repartir encomendas e elevar seus preços de 10% a 30%, sem provas de envolvimento das autoridades.
As sucessivas administrações do PSDB em São Paulo, Estado governado pelo partido desde 1995, estão no epicentro de um escândalo milionário em torno do fornecimento de material ferroviário para linhas de metrô e de trens da CPTM.
O caso foi revelado nesta Folha. Reportagem de 14 de julho relatou a delação de um cartel por um de seus integrantes, a empresa alemã Siemens, ao Cade (agência federal antitruste) e ao Ministério Público, com os quais fizera acordo de imunidade em troca de colaboração.Não há ainda denúncia formal à Justiça. Por ora vieram à tona apenas documentos internos da Siemens que mencionam a combinação de resultados com as concorrentes Alstom (França), Bombardier (Canadá), CAF (Espanha), Mitsui (Japão) e outras empresas menos expressivas. Ao menos seis licitações teriam sido fraudadas.
Há que considerar a investigação com dupla cautela. Os detalhes ainda são nebulosos, mas o que transpirou até aqui indica um conluio entre fornecedores para repartir encomendas e elevar seus preços de 10% a 30%, sem provas de envolvimento das autoridades.
- Observação: Não cabe a um jornal em seu
editorial afirmar que não há provas contra autoridades de um partido
político ou governo. Cabe a um jornal que mereça receber o nome de
jornal exigir das autoridades que abram as suas contas à cidadania, de
modo que esta com o respaldo do Ministério Público e da Polícia Estadual
e, se for o caso Federal, averiguem qual foi o grau de envolvimento das
autoridades públicas na grave denúncia, afinal, não há corruptores sem
corruptos. Esta cautela excessiva da Folha de São Paulo com o PSDB
jamais, repito, JAMAIS é repetida diante de acusações contra o PT,
quando manchetes são postas em letras garrafais, repercutidas durante
vários dias ou meses e reputações são assassinadas. Depois há o
arquivamento das denúncias e a Folha nem sequer se dá ao trabalho de dar
satisfações aos seus leitores sobre isso.
Essa hipótese, nada implausível, aparece em "diários" de executivos da Siemens entregues ao Cade que sugerem um suposto aval ao esquema dos governos tucanos de Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006) e José Serra (2007-2010).
Uma nota oficial de Alckmin, atual governador, afirma que surgiram apenas "comunicações entre empresas privadas, sem participação de servidor público estadual", e que será pedido ressarcimento aos cofres públicos.
Essa hipótese, nada implausível, aparece em "diários" de executivos da Siemens entregues ao Cade que sugerem um suposto aval ao esquema dos governos tucanos de Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006) e José Serra (2007-2010).
Uma nota oficial de Alckmin, atual governador, afirma que surgiram apenas "comunicações entre empresas privadas, sem participação de servidor público estadual", e que será pedido ressarcimento aos cofres públicos.
Observação: Se o Governador não sabia, deveria
saber. É sua obrigação. Se sabia e se aquietou prevaricou. Se sabia, se
aquietou e continuou a manter contratos com essas empresas, é um
corrupto protegido pela Folha de São Paulo. Como as obras e os serviços
continuaram até hoje com pagamentos às empresas corruptoras, a defesa
que este editorial safado faz do governo de São Paulo e do partido que
está no poder, o PSDB, é simplesmente de dar ânsia de vômito!
Seu chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, saiu em ataque contra o governo federal do PT, acusando o Cade de se tornar "instrumento de polícia política". O ex-governador Serra agiu da mesma forma.
Já o secretário estadual de Transportes da administração Covas, Claudio de Senna Frederico, pronunciou-se em termos mais ambíguos. Ainda que negue ter tomado conhecimento do cartel, ele não o descarta. E afirma não se lembrar de "ter acontecido uma licitação de fato competitiva" no setor.
Seu chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, saiu em ataque contra o governo federal do PT, acusando o Cade de se tornar "instrumento de polícia política". O ex-governador Serra agiu da mesma forma.
Já o secretário estadual de Transportes da administração Covas, Claudio de Senna Frederico, pronunciou-se em termos mais ambíguos. Ainda que negue ter tomado conhecimento do cartel, ele não o descarta. E afirma não se lembrar de "ter acontecido uma licitação de fato competitiva" no setor.
É uma declaração consternadora. Mesmo que o conluio sob
investigação tenha permitido saltar a usual e custosa etapa de ações
judiciais após licitações, seria excesso de pragmatismo --ou índice de
coisa pior-- tolerar o sobrepreço e o desperdício de recursos públicos
sob esse pretexto.
Observação: Consternadora é a situação de
milhões de pessoas que dependem do transporte público no Estado de São
Paulo e na Capital e não a declaração clara e evidente de um ex
Secretário Estadual de Transportes confirmando não se lembrar da
eficácia de alguma licitação no setor. O jornal em seu editorial, suave,
suave, fala em tolerar sobrepreço, como se tolos fôssemos (seus
leitores assíduos com certeza devem ser) e não soubéssemos que
sobrepreços como os praticados dão azo a apropriação privada de recursos
públicos, vale dizer, bola e bola ao PSDB!
Ainda não há como
concluir se houve um caso grave de conspiração privada contra o
princípio da concorrência ou se foi ultrapassado também o limiar da
corrupção pública. Que o Cade e o Ministério Público concluam com o
máximo de firmeza e celeridade sua investigação, de modo a confirmar ou
afastar de vez a suspeita que paira sobre os trilhos paulistas.
Observação: Interessante como
este benefício da dúvida que este editorial concede ao PSDB, partido no
governo de São Paulo há 20 anos não é extensivo ao PT no Governo
Federal. Muito interessante. Já há declarações de repasses de pelo menos
7% do sobrepreço cobrado a dirigentes do PSDB em cargos no metrô e nas
ferrovias paulistanas e essas declarações são das empresas corruptoras,
notadamente da Siemens. Logo, este editorial comprova o cinismo, o
partidarismo e o desserviço que a imprensa brasileira presta ao cidadão,
ocultando o que já é de conhecimento público nas redes sociais e
tratando agremiações partidárias de forma absolutamente diferenciada
conforme suas conveniências econômicas e políticas. Uma vergonha
absoluta e um editorial repulsivo pelo cinismo escancarado!
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