terça-feira, 8 de abril de 2014

POLÍTICA - O "novo" da campanha do Eduardo Casmpos.

As companhias de Eduardo Campos não parecem o “novo” que ele prega

O presidenciável do PSB, ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, agora em plena campanha pelo Planalto – com apartamento já alugado para morar em São Paulo (no bairro de Moema) e comitê central de sua candidatura também na capital paulista -, quer apresentar-se como o novo. Junto com sua parceira política desde outubro pp., a ex-senadora Marina Silva, que deve ser anunciada no próximo dia 14 como sua companheira de chapa candidata a vice-presidente, ele cobra e promete fazer uma “nova política” no país.
Mas faz política com o que há de mais arcaico, retrógrado e atrasado na vida pública de seu Estado e nacional. Na 6ª feira pp., quando desincompatibilizou-se e deixou o governo de Pernambuco estava acompanhado pelos ex-deputados  Severino Cavalcanti (PP-PE) e Inocêncio Oliveira (PR-PP), que têm origens políticas na velha UDN e integraram a ARENA, o PDS, o PFL e o DEM dentre outros partidos que apoiaram e sustentaram a ditadura militar da primeira à última hora e/ou que os sucederam.
Tinha a companhia, também, de dois ex-governadores de Pernambuco que foram da ARENA e do PDS, Joaquim Francisco e Roberto Magalhães, e do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), seu figadal inimigo político até há pouco. Eduardo entregou o governo de Pernambuco a seu vice, João Lyra Neto (PSB), de tradicional família pernambucana, cujo pai foi prefeito de Caruaru, na região do Agreste.
Comparações com o avô
Nos atos de transmissão e saída do cargo, na 6ª feira, Eduardo Campos evocou e se comparou à figura do avô, Miguel Arraes, que deixou o governo de Pernambuco a 1ª vez, deposto em 1964, em situação bem diferente da que o neto deixa agora. Os militares do golpe de 64 o cercaram no Palácio do Campo das Princesas e quiseram obrigá-lo a renunciar. Ele resistiu,  afirmou que fora eleito pelo povo e só ele o destituiria. Só saiu preso para um confinamento de mais de um ano em Fernando de Noronha, de onde seguiu para o exílio de 15 anos na Argélia.
Agora que deixou o governo do Estado, Eduardo Campos começa a viajar pelo país para tentar quebrar o círculo de ferro que encerrou sua candidatura no Nordeste. Ele empacou nas pesquisas, enfrenta dificuldades e contestações no flanco interno vindas do pessoal da aliada Marina Silva e da Rede sustentabilidade desta, e levou meses para chegar aos dois dígitos – 10% das intenções de voto no Datafolha divulgado neste domingo.
É esse cerco que Eduardo tenta romper agora nas andanças de campanha pelo Brasil. Será sempre recepcionado pelo pessoal do seu PSB, partido que desde que surgiu esteve sempre aliado aos governos estaduais de quaisquer partidos – inclusive aos tucanos de São Paulo, com quem só agora, por exigência de Marina Silva, estão rompendo.
Em parte das viagens que empreendeu pelo país até hoje, Eduardo Campos teve como um dos principais acompanhantes o ex-senador Jorge Bornhausen, de tradicional oligarquia política catarinense e ex-ministro do governo Collor. Aonde esteve até agora, Eduardo Campos na verdade tem reunido em torno de si a vanguarda do atraso.

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