sábado, 9 de agosto de 2014

MASSACRE DOS PALESTINOS - "Judaísmo não é sionismo"

“Judaísmo não é sionismo”, a diferença apontada por Breno Altman
 
Breno Altman

Em artigo publicado hoje, na Folha de S. Paulo, “Judaísmo não é sionismo“, o jornalista e diretor do Opera Mundi, Breno Altman, faz um contraponto a “Antissionismo é antissemitismo“, publicado no mesmo jornal, pelo presidente da Confederação Israelita do Brasil (CIB), Claudio Lottenberg.
Altman explica que o sionismo é uma “corrente de opinião de abordagem nacionalista” e uma “orientação político-ideológica fundida à religião e ao Estado” e “não equivale a eventual código histórico-cultural dos povos judeus”.
No centro do sionismo, aponta Altman, sempre esteve a criação de uma “pátria judaica”. Ele lembra, inclusive, que vários fundadores do sionismo eram agnósticos, “mas selaram aliança com chefes religiosos para reforçar seu poderio, ainda que às custas de construir o Estado de Israel como entidade confessional”.
Fizeram de Israel um país ocupante de territórios alheios 
Altman denuncia que sucessivos governos sionistas “transformaram Israel em país ocupante de territórios alheios, impedindo a soberania de outro povo, o palestino”, por meio de uma dominação colonial mantida com uma brutalidade capaz de “ofender a comunidade internacional”. Daí que, em sua visão, “o álibi do Holocausto (invocado por Lottenberg), nessas circunstâncias, constitui insulto à humanidade e à memória judaica”.
Segundo Altman, “não é ser antissemita negar aos grupos dominantes do sionismo o direito de cometer crimes de limpeza étnica, discriminação e agressão armada contra o povo palestino. Não são definitivamente antissemitas os judeus que, honrando longa história de participação nas lutas pela emancipação dos povos e pela paz, se apresentam para combater a doutrina supremacista que rege o Estado de Israel”.

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