Ao revelar que as perguntas aos depoentes e todo roteiro da CPI da Petrobras no Senado (há outra, Mista) eram públicos, o relator da comissão, senador José Pimentel (PT-CE) só desmoraliza a revista Veja e revela o objetivo eleitoral de toda cobertura da imprensa sobre os fatos. Na esteira de uma denúncia da revista, toda a mídia embarcou num escândalo que perguntas foram combinadas e os dirigentes da Petrobras que foram depor a CPI preparados previamente. Também o líder do PT, senador Humberto Costa (PT-PE) definiu a pseudo fraude engendrada por Veja e mídia como “um amontoado de tolices”.
As declarações e a definição de Pimentel revelam mais: o que há é uma tentativa desesperada da oposição e de seus parceiros na mídia, de dar sobrevida a uma CPI que não tem nada a investigar uma vez que a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF), a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas (TCU) e a própria Petrobras já o fizeram exaustivamente, como e público e notório.
Da mesma forma que Pimentel, o senador Humberto Costa (PT PE) refresca a memória curta quando convém de nossa mídia, recordando os preparativos promovidos pelo PSDB, tucanato em geral e a oposição com o governador de Goiás, Marconi Pirillo (PSDB) e com o ex-diretor da estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (DERSA) de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, quando da CPI do Cachoeira.
Reuniram-se e combinaram respostas com Marconi Perillo e Paulo Preto
Reuniram-se com Perillo, fizeram acertos com Paulo Preto, trataram roteiro de perguntas e respostas, e fizeram de tudo para blindá-los, sem que ninguém da mídia tenha se escandalizado ou acusado os membros da oposição naquela CPI, assessores do Senado, empresas e jornalistas, e membros do governo de São Paulo e de Goiás de fraude, de combinação ou mesmo quebra do decoro ou ilegalidade.
O governador tucano de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), depôs na CPI do Cachoeira por responder a acusações de que deixou o crime organizado capturar seu Estado, visto as ligações e negócios (compra e venda de casa, inclusive) que manteve com o empresário da Contravenção, Carlos Cachoeira.
Paulo Preto foi caixa de campanhas eleitorais tucanas e depois acusado pelos próprios integrantes do PSDB de ter desviado dinheiro. Mas, Paulo Preto é preservado. Os tucanos não o querem mais perto deles, mas o protegem por temor do que ele venha a revelar, principalmente em relação ao dinheiro que arrecadou, distribuiu e pagou nas campanhas eleitorais. Até porque Paulo Preto os ameaçou avisando o que faria se o deixassem sozinho.
Plano de trabalho e perguntas na CPI da Petrobras era públicos
Ontem o relator da CPI da Petrobras no Senado, José Pimentel, respondeu à denúncia de pseudo fraude na comissão e afirmou que as perguntas a serem feitas nos depoimentos já haviam sido divulgadas publicamente no plano de trabalho da CPI. “O plano de trabalho aprovado por unanimidade já continha uma relação prévia de perguntas a serem dirigidas aos depoentes e da mesma forma uma relação daqueles que deveriam ser convocados”, afirmou o senador.
Assim, disse o senador, “logicamente os convocados poderiam se preparar melhor sobre as questões ali adiantadas no plano de trabalho, que foi tornado público na própria reunião da comissão, após sua aprovação”. Líder do PT no Senado, Humberto Costa, também rebateu a denúncia explicando ser “absolutamente natural que haja trocas de informações institucionais entre as assessorias da CPI e das lideranças dos partidos” com a Petrobras.
Costa lembrou que na CPI do Cachoeira, em 2012, o PSDB adotou a mesma prática na ocasião, com o governador de Goiás Marconi Perillo e com o diretor da DERSA, estatal paulista de obras rodoviárias, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. “Na mesma CPI do Cachoeira, o PSDB também conversou bastante com uma figura conhecidíssima sua, o senhor Paulo Preto, responsável pelo Rodoanel de São Paulo, que segundo noticiou a imprensa combinou com os tucanos as respostas que daria na comissão”, afirmou Humberto.
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