A incapacidade do governo em se relacionar com empresários, por Motta Araujo

Por Motta Araujo
Ref. ao post: Entendendo o desgaste de Dilma com os empresários
Não existe uma só categoria OS EMPRESÁRIOS. Há empresários globais, grandes, médios e pequenos, cada grupo tem atitudes, interesses, percepções e aspirações próprias e em função dessa postura sua relação com a politica é condicionada, a questão psicológica, social, atitudinal é a chave para entender o atual clima econômico.
No geral os empresários querem um ambiente de REGRAS estáveis, previsibilidade, horizontes claros, postura para os negócios dos governos. A atenção do governo aos empresários, suas demandas e sugestões, cria um clima de otimismo e apoio que se reproduz em ondas por toda a cadeia empresarial.
Durante o Governo Militar, os almoços anuais das grandes entidades empresariais, ABIMAQ, ABDIB, ABINEE tinham oito a dez Ministros, no almoço de 1978 da ABINEE havia 11 Ministros, durante os anos 70 especialmente os Ministros da área econômica percorriam o País se encontrando com empresários, fui a dezenas de encontros com Ministros, como Simonsen, Delfim, Stábile, César Cals, Galveas, outros Ministros organizavam Missões comerciais com 100 ou 150 empresarios, como o Ministro Galveas para a Argélia e Tunísia em 1981, no ano seguinte para a Arábia Saudita, Kuwait e Iraque, havia um contínuo intercâmbio de ideias e projetos do Governo com empresários. Simonsen recebia os empresários para almoços no Nacional Clube ou no São Paulo Clube, no Paulistano; José Flavio Pécora que era o 2º do Delfim também tinha intenso contato com empresários, hoje um grande empresário não é atendido nem pelo Chefe de Gabinete, mandam alguma secretária atendê-lo A NÃO SER se for contribuinte de campanha, dos fortes.
Neste governo quis levar um importante empresário asiático, presidente mundial de um grande grupo que acaba de investir US$1 bilhão em nova fábrica no Brasil, ele queria apenas agradecer a acolhida ao Governo. Tentei audiência com três Ministros, impossível, depois com o Secretário Executivo dos Ministérios, impossível, no fim em um Ministério foi possível uma audiêcia com um funcionário de terceiro escalão, todas as audiências foram solicitados com três meses de antecedência. Altas autoridades do Governo não demonstram o MENOR INTERESSE em receber um empresário importante de um grande País, tambem líder empresarial nesse País, que tem muito a investir no Brasil.
Um empresário que invista US$1 bilhão em QUALQUER ESTADO AMERICANO seria recebido no aeroporto pelo Governador, nos grandes países quem monta uma grande fábrica é atendido com TAPETE VERMELHO, flores e almoço pelo menos por algum Ministro, aqui o desdém do governo federal é absoluto, a cultura marxista de todo o escalão econômico do Governo é ANTI-EMPRESARIAL, eles fazem um esforço algumas vezes para dar a mão para empresários mas é forçado, fazem com repulsa, já líderes de movimentos sociais, de índios, de quilombolas, de pescadores, de grevistas, sem teto, sem terra, passe livre tem acolhida cordial no Planalto.
A coisa é assim, depois não sabem porque a economia não cresce e porque os empresários não curtem o governo.
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