quarta-feira, 3 de setembro de 2014

POLÍTICA - A velha e a nova política que só existem na cabeça de Marina.


A velha e a nova política que só existem na cabeça de Marina Silva

A candidata do PSB a presidência da república vem disparando nas pesquisas de intenção de voto, segundo o Datafolha, Marina Silva está empatada com Dilma Rousseff (PT) com 34% e venceria no segundo turno com 10 pontos a mais que a atual chefe do poder executivo. Esse crescimento se deve ao discurso genérico da ex-senadora: ela defende tudo que é bom e critica tudo que é ruim, é um pensamento inatingível e baseado na política brasileira que é feita na base dos acordos para governar o país, os petistas e os tucanos ainda não se decidiram quem vai começar a ofensiva contra Marina.

A candidata do PSB também lidera o falatório demagogo de “velha e nova política”, esse aspecto só existe na cabeça da ex-aliada do PT. Em sua publicidade eleitoral, Marina Silva tenta mostrar que é a opção para o Brasil – diga-se de passagem, está conseguindo implantar esse ponto de vista na cabeça de muitos brasileiros, não fosse assim, ela não estaria em ascensão. No entanto, Marina Silva tenta fazer o impossível, ela defende ideias de Lula e Fernando Henrique Cardoso, não ataca nenhum dos dois e tenta mostrar que ambos fizeram algo bom para a nação, de fato fizeram, tiveram dois mandatos cada um e ajudaram no desenvolvimento do Brasil, é claro, cada um a seu modo.

Ao falar de “nova política” e defender o que é velho, Marina Silva cria um paradoxo incomum e não trás nada de novidade. Se eleita, ela terá que se aliar as velharias da politicagem nacional para comandar o Brasil. Vale ressaltar que Lula representa alianças amargas, tais como José Sarney, Fernando Collor e Paulo Maluf, entre eles, existem outra infinidade de parasitas que já deveriam estar longe dos palácios dos governos, mas não, nos suspiros finais de suas carreiras, esses políticos da velha guarda, conseguiram se manter no cenário nacional e ainda exercem influência na estrutura administrativa nacional. Tudo isso é culpa da população, que ainda vota da maneira errada, ainda escolhe as famílias das máfias que comandam o país. 

Marina Silva ainda não mostrou a diferença, ainda não é capaz de nos dizer se será eficaz no combate aos mais graves problemas que o Brasil enfrenta, tais como: segurança pública, saúde e educação. Com seu discurso genérico: o que não presta deve ser combatido e o que é bom precisa continuar – a candidata do PSB nos parece mais do mesmo. Ela faz parte daquilo que precisa ser combatido, não é a representação da mudança que o Brasil precisa. Mas, Marina Silva está bem avaliada pelo eleitorado, vem crescendo nas pesquisas e incomodando os adversários, ao ponto de aniquilar a corrida de Aécio Neves ao Palácio do Planalto.

Na hora mais escura

Todos nós deveríamos refletir sobre o que queremos para o futuro, deveríamos pensar um pouco mais sobre os rumos que o Brasil pode tomar, independente de quem for eleito para mais 4 anos a frente do poder executivo. É importante avaliarmos como está nossas vidas em um contesto geral, não apenas olharmos para nós mesmos e avaliarmos que está bom do jeito que está.

“Eles vão para a glória, sem passar pela cama”*, a frase é enigmática e pode significar qualquer coisa, mas aqui, decidimos interpretar como o fato de não nos preocuparmos com a sociedade como um todo. Sem passar pela cama nos faz analogia de travesseiro, que é a representação do pensamento solitário e dos momentos em que tomamos a maior parte de nossas decisões.

Ao colocar a cabeça no travesseiro, na hora mais escura, precisamos raciocinar e avaliar toda a situação em que o Brasil se encontra. É preciso pensar em 50 mil assassinados que ocorrem todos os anos, nas longas filas de esperas por uma consulta médica, na qualidade questionável da educação. Além disso, é preciso participar, é preciso um idealismo de como podemos mudar tudo isso. Não é simplesmente ir na urna e votar, temos que fazer parte da mudança que tanto pedimos, temos que levantar de nossas cadeiras e lutarmos por esse país, se não por nós, pelo menos pelas gerações que estão por vir.

A primeira baixa

Defendendo a ideia de “nova política”, Marina Silva já se curvou a Sillas Malafaia e voltou atrás naquilo que pensava sobre os projetos voltados ao público gay. Nós também não defendemos as associações LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), não temos nada contra, mas não levantamos a bandeira dessa luta. Mas, ao defender que houve erro no texto publicado e fazer mudanças unicamente para agradar o líder da igreja Assembleia de Deus, ou de pelo menos parte dela, Marina Silva mostrou que está mais próxima da velha política do que ser uma novidade como ela diz.

Antes mesmo de chegar ao poder, Marina Silva abriu mão de ir em frente naquilo que pensa, ou que deve pensar, e, mudou radicalmente seu pensamento para agradar os evangélicos conservadores.

Obviamente, muitos grupos LGBT defendem medidas que estão alinhadas com a sociedade comum, muitos extrapolam naquilo que pensam serem seus direitos, mas, não devemos julgar todos pela maioria, ou pela minoria que seja. O direito não deve ser mais igual para alguns e menos proporcionais para outros, é preciso ter o bom senso e balancear o que vai incomodar a menor parte da sociedade, isso porque, sempre haverá grupos descontentes e a política serve para ser o meio termo nas relações sociais, fazendo com que todos possam viver em harmonia. Sendo assim, não é certo privilegiar católicos, evangélicos, ou qualquer grupo religioso, moral e ético que faz parte do Brasil. O objetivo das lideranças e fazer com que o país seja igual para todos e que não aja interferência do Estado nas decisões pessoais de cada um.

Ponto dissonante

Marina Silva também se recusa a subir no mesmo palanque que o candidato a reeleição de São Paulo, Geraldo Alckmin, mas, no entanto, aceitou o apoio de José Serra, candidato ao Senado que ela não apoiou nas últimas eleições para presidente em que ele esteve na disputa.

A candidata do PSB ainda não deixou claro qual a rusga que tem com Alckmin e muito menos porque criou simpática com Serra. Nesse aspecto, e ao mesmo tempo, Marina Silva aceita e combate a “velha política”. Mas, ainda é preciso que ela esclareça o que é velho e o que é novo. Ao analisar esse fato envolvendo os dois tucanos, podemos dizer que, para Marina, o atual governador de São Paulo parece fazer parte da “velha política”, enquanto que o também velho José Serra, está mais alinhado com o pensamento do que parece ser novo. (Colaborou: Hugo Bross)

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