quarta-feira, 16 de setembro de 2015

ECONOMIA - A crise do capitalismo chegou para ficar.

Entre 2004 e 2014, o preço do barril de petróleo foi de 86,989 dólares em média. Foram 87 dólares em média durante dez anos, apesar de que, em 2008, após a quebra do Lehman Brothers, o preço do barril de petróleo caiu de 147 dólares em julho para 35,58 dólares no final daquele ano.

Atualmente, o barril de petróleo se mantém entre 45 e 50 dólares, e não há previsão de que suba significativamente enquanto a desaceleração da China favoreça o excesso de produção atual. Ao mesmo tempo, importantes produtores, como a Arábia Saudita e a Venezuela, não diminuem a produção, para garantir os recursos que os respectivos países necessitam, o que alimenta o ciclo vicioso e dá a entender que não há como desativar a sobreprodução. Além da redução da demanda do gigante asiático e da manutenção da produção dos países produtores da OPEP, também deve-se considerar a produção norte-americana de gás de xisto mediante fracking – método de extração que se assemelha a uma espécie de terrorismo ambiental, e que só é rentável a partir de preços entre 60 e 70 dólares. Portanto, é entre a faixa atual, dos 50 dólares, e a dos 70, que permitiria uma maior rentabilidade aos campos de extração, que a guerra energética não declarada entre Estados Unidos e Arábia Saudita vai se mover nos próximos meses.
Em todo caso, não parece que os preços do petróleo possam voltar, nos próximos anos, a se aproximar dos valores vistos na década passada e começo da atual, que permitiram aos processos de mudança na América Latina e no Caribe uma redistribuição da riqueza e redução da pobreza sem precedentes. Se, além disso, somamos a tendência de baixa nos preços dos minerais, sobretudo os que a China costuma comprar em quantidades importantes – consome cerca de 40% da produção mundial – parece que os tempos de vacas gordas terminaram definitivamente.
Tudo isso leva à necessidade de uma diversificação produtiva e uma mudança na matriz energética. É necessário gerar uma transição do atual modelo extrativista, herança colonial e neoliberal, a um novo modelo de desenvolvimento que incorpore o direito ao desenvolvimento, os direitos da Mãe Terra, e a necessidade de tirar da pobreza uma parte significativa da população.
(Katu Arkonada/Rebélion)

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