A farra dos aviões é um aperitivo do que Aécio faria se eleito presidente
Kiko Nogueira
Quer procê pra dar uma vortinha?
A
explicação da assessoria de Aécio Neves para a farra do empréstimo de
avião e helicóptero para amigos é quase tão patética quanto o ato em si.
Heloísa
Neves, a chefe de comunicação, deu trabalho para a equipe para tentar
banalizar mais uma apropriação de dinheiro público. (Heloísa, aliás, é
casada com um réu do mensalão tucano e recebia, além do salário no
Senado, jetom de estatais mineiras).
“Todos
os voos foram regulares, dentro das normas legais e atenderam a
interesses da administração do Estado”, diz o comunicado, publicado na
Folha. Foram “demandas e necessidades do chefe do Executivo”.
O
que o Aécio governador fez é um aperitivo do que faria se eleito
presidente: abrir as porteiras da máquina do governo para seus
escolhidos enquanto denuncia os desmandos do bolivarianismo, o inchaço
estatal etc etc. O rei do patrimonialismo.
Então
o programa de Luciano Huck não tinha orçamento suficiente para ir até
Minas para gravar? É isso o que querem que você acredite e não que Aécio
conversou com Huck e mandou facilitar tudo.
Provavelmente,
ninguém pagou as diárias de hoteis, também. Segundo o pessoal de Aécio,
a coisa serviu “para a divulgação de um roteiro turístico, a Estrada
Real”.
Roberto
Civita foi com a mulher Maria Antônia para Inhotim. O objetivo era
“divulgar o Museu de Arte Contemporânea apresentando-o a um dos maiores
empresários de comunicação do país”. Ah, claro.
Ricardo
Teixeira pegou o avião para “atender a agendas com o governador à época
da candidatura do Brasil para sediar os jogos da Copa de 2014”. Milton
Gonçalves e José Wilker viajaram na faixa para participar de um protesto
“contra a corrupção apoiado pelo governo de Minas”. É inacreditável.
Muitos
deles pousaram no aeroporto de Cláudio, cuja chave ficava com o tio de
Aécio, perto da fazenda da família. Essa convivência promíscua com o
coronel, em que ele empresta o que não é dele, nunca foi estranha para
esses artistas, políticos ou empresários. Tudo em casa.
E
isso é apenas o começo. Os dez anos da dobradinha Aécio-Anastasia em
MG, com o fabuloso “choque de gestão”, têm ainda muitos esqueletos
prontos para sair do armário. A festança no céu é apenas um trailer.
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