Os fascistas perderam nas ruas
Por Altamiro
Borges
Pela primeira vez neste ano, o quadro de forças se inverteu nas ruas do Brasil. As manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma, organizadas por grupelhos fascistas, apoiadas pelos partidos de direita e estimuladas pela mídia privada, foram menores do que as marchas em defesa da democracia. Em várias capitais, milhares de pessoas ocuparam as ruas centrais nesta quarta-feira (16) para rejeitar o golpe, exigir o "Fora Cunha" e, também, para criticar o ajuste fiscal do governo e propor mudanças nos rumos da economia. Os protestos uniram a maior parte da esquerda social e politica e tiveram o apoio destacado de intelectuais, artistas e juristas comprometidos com a democracia. A sensação dos manifestantes foi a da alma lavada, a de que os golpistas perderam nas ruas do Brasil.
Pela primeira vez neste ano, o quadro de forças se inverteu nas ruas do Brasil. As manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma, organizadas por grupelhos fascistas, apoiadas pelos partidos de direita e estimuladas pela mídia privada, foram menores do que as marchas em defesa da democracia. Em várias capitais, milhares de pessoas ocuparam as ruas centrais nesta quarta-feira (16) para rejeitar o golpe, exigir o "Fora Cunha" e, também, para criticar o ajuste fiscal do governo e propor mudanças nos rumos da economia. Os protestos uniram a maior parte da esquerda social e politica e tiveram o apoio destacado de intelectuais, artistas e juristas comprometidos com a democracia. A sensação dos manifestantes foi a da alma lavada, a de que os golpistas perderam nas ruas do Brasil.
O próprio Datafolha, pertencente a sinistra famiglia
Frias, confirmou a inversão do cenário. Segundo o seu levantamento, a marcha
pela democracia em São Paulo reuniu mais de 55 mil pessoas. Já o ato pelo
impeachment, no domingo, contou com 40,3 mil presentes e confirmou o declínio da
capacidade de mobilização da direita - que reuniu 210 mil pessoas em março e 135
mil em agosto. No restante do Brasil, a surra foi ainda maior. Nas capitais do
Norte e Nordeste, milhares de manifestantes contra o golpe se sobrepuseram à
meia dúzia de fascistas. Nas regiões Sul e Sudeste, tratados como grotões da
direita nativa, as marchas pelo impeachment de Dilma também foram um fiasco
deprimente.
Outro dado relevante foi sobre a composição social destas manifestações. Na
marcha dos golpistas na Avenida Paulista, de acordo com outra pesquisa do
Datafolha, a maioria dos participantes era branca, rica e declaradamente de
oposição. Perto da metade dos entrevistados (44%) possuía renda familiar
superior a R$ 7.880 mensais - sendo que para 4%, ela era superior a R$ 39.400. A
imensa maioria se definiu como branca (80%). O protesto reuniu os frustrados com
a derrota nas eleições presidenciais do ano passado - 84% declararam ter votado
no tucano Aécio Neves; apenas 3% votaram em Dilma.
Já as manifestações desta quarta-feira refletiram a diversidade do povo
brasileiro e mostraram a força dos movimentos sociais organizados. Trabalhadores
de diversas categorias carregaram as bandeiras das suas centrais sindicais; a
juventude mostrou sua irreverência e exibiu as faixas de suas entidades; as
mulheres rejeitaram o golpe e os retrocessos impostos por Eduardo Cunha, o
presidente da Câmara Federal que tem o apoio dos golpistas e dos falsos
moralistas. As bandeiras dos movimentos negro, LGBT e de tantos outros se
fizeram presentes nas ruas do Brasil. Enquanto os fascistas pregaram seu ódio e
preconceito no domingo, os manifestantes de ontem exigiram mais tolerância e
democracia.
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