Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras.
Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
MÍDIA - A verdade que é escondida.
A verdade que se esconde dos brasileiros
Para o colunista, os brasileiros vivem enganados pelas mentiras da grande imprensa, que esconde sempre a verdade. Por Mário Augusto Jakobskind, do Rio de Janeiro:
Colunista denuncia o hábito da grande imprensa de esconder a verdadeHá pelo menos duas décadas, quase diariamente, sucessivos governos
federais e a mídia comercial têm denunciado uma suposta crise na
Previdência Social. Os propulsores dessa tese advertem também que se
nada for feito a Previdência vai quebrar. Jornais conservadores não
fazem por menos e divulgam editoriais defendendo de todas as formas
possíveis uma reforma que basicamente prejudicaria os assalariados. Pois bem, a economista Denise Gentil, baseada em argumentos
insofismáveis, acaba de apresentar tese de doutorado mostrando que a
falência da Previdência Social tão alardeada é mentirosa e não resiste a
análise mais aprofundada. Falso déficit da Previdência Denise Gentil prova por A mais B a existência de uma gigantesca farsa
contábil transformando em déficit o superávit do sistema
previdenciário, que atingiu a cifra de R$ 1,2 bilhões em 2006. No aprofundado trabalho acadêmico da professora do Instituto de
Economia da UFRJ fica demonstrado a cascata governamental com total
apoio da mídia conservadora. Omite-se o fato de que o superávit da Seguridade Social, abrangendo a
Saúde, a Assistência Social e a Previdência, foi de 72,2 bilhões de
reais E o que aconteceu então? Segundo Denise Gentil, boa parte desse
excedente vem sendo desviado para cobrir outras despesas, especialmente
de ordem financeira. Mas tal fato é omitido e os brasileiros recebem a mentira repetida
inúmeras vezes com o objetivo de que vire uma verdade, seguindo velha
técnica do chefe da propaganda do III Reich nazista, Joseph Goebbels. “A falsa crise da Seguridade Social no Brasil: uma análise financeira
do período de 1990 a 2005”, o título da tese de doutorado deveria ser
apresentada como contraponto pela própria mídia conservadora, mas,
claro, se ela fosse realmente imparcial como propaga. Mas não é, e por
isso os leitores, ouvintes e telespectadores não têm acesso a esse tipo
de reflexão. Mas a edição do Jornal da UFRJ do último dia 11 de janeiro, a
economista explica em detalhes a sua tese que contraria a “verdade” que
vem sendo propagada há pelo menos duas décadas. Numa longa entrevista concedida à Coryntho Baldez, Denise Gentil
assinala entre outras coisas que “a ideia de falência dos sistemas
previdenciários públicos e os ataques às instituições do estado de bem
estar social tornaram-se dominantes em meados dos anos 1970 e foram
reforçadas com a crise econômica dos anos 80 em que o pensamento
liberal-conservador ganhou terreno no meio político e no meio
acadêmico”. Em sequência ela afirma que “a questão central para as sociedades
ocidentais deixou de ser o desenvolvimento econômico e a distribuição da
renda, proporcionados pela intervenção do Estado, para se converter no
combate à inflação e na defesa da ampla soberania dos mercados e dos
interesses individuais sobre os interesses coletivos. Um sistema de
seguridade social que fosse universal, solidário e baseado em princípios
redistributivistas conflitava com essa nova visão de mundo”. “O principal argumento para modificar a arquitetura dos sistemas
estatais de proteção social, construídos num período de crescimento do
pós-guerra, foi o dos custos crescentes dos sistemas previdenciários, os
quais decorreriam, principalmente, de uma dramática trajetória
demográfica de envelhecimento da população”. “A partir de então, um problema que é puramente de origem sócio
econômica foi reduzido a um mero problema demográfico, diante do qual
não há solução possível a não ser o corte de direitos, redução do valor
dos benefícios e elevação de impostos. Essas ideias foram amplamente
difundidas para a periferia do capitalismo e reformas privatizantes
foram implantadas em vários países da América Latina”. Fernando Henrique Cardoso que o diga, bem como seus seguidores nos
mais diversos campos, um deles Armínio Fraga, consultor amplo e
irrestrito do Senador Aécio Neves e muito ligado ao ex-ministro da
Fazenda Joaquim Levy, Denise Gentil em essência defende a ideia segundo a qual o déficit
previdenciário não está correto, porque não se baseia nos preceitos da
Constituição Federal de 1988, que estabelece o arcabouço jurídico do
sistema de Seguridade Social. “O cálculo do resultado previdenciário leva em consideração apenas a
receita de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)
que incide sobre a folha de pagamento, diminuindo dessa receita o valor
dos benefícios pagos aos trabalhadores. O resultado dá em déficit.
Essa, no entanto, é uma equação simplificadora da questão. Há outras
fontes de receita da Previdência que não são computadas nesse cálculo,
como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS),
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira) e a receita de concursos de
prognósticos. Isso está expressamente garantido no artigo 195 da
Constituição e acintosamente não é levado em consideração”. Foco de corrupção silenciado Já que este espaço está dedicado a colocar em cheque um falso
argumento que vem sendo apresentado para iludir os brasileiros, vale a
pena também mencionar artigo do economista José Carlos de Assis
mostrando o silêncio total e absoluto da mídia conservadora em relação a
um grave foco de corrupção de responsabilidade do Banco Central.
Segundo ele, no ano passado foram desviados para o setor financeiro algo
em torno de 89 bilhões e 600 milhões de reais, quantia 40 vezes maior
do que as fraudes cometidas por bandidos na Petrobras. Esse desvio passou deliberadamente e ninguém reclamou. Até porque,
claro, se o tema for aprofundado vai atingir também muitos setores que
se apresentam diante da opinião pública como moralistas de plantão. No Banco Central, ainda segundo Assis, rouba-se à vontade e longe de
qualquer tipo de fiscalização da cidadania. E ainda por cima tudo sob a
cobertura de “operações monetárias especiais só dominadas por
‘especialistas’”. Em seu desabafo muito bem fundamentado, Assis assinala ainda que
“generoso com os bandidos do setor financeiro, o Banco Central é
excessivamente parcimonioso com os agentes produtivos da economia. Sobre
estes recaem as taxas extorsivas de juros que em outros partes do
mundo, se efetivadas, resultariam em cadeia”. Por estas e ainda muitas outras, para se combater para valer a
corrupção, não basta apenas espetáculos de pirotecnia como a Operação
Lava Jato e outras do gênero. É preciso seguir informando questões como
as denunciadas pelo economista José Carlos de Assis e a tese de Denise
Gentile. Lei dos meios de comunicação E para finalizar, em matéria de silêncio da mídia conservadora vale
informar que na Argentina uma juíza federal de San Martin e um juiz
federal de Buenos Aires deixaram sem efeito os decretos do presidente
argentino Maurício Macri relacionados com a revogação da lei dos meios
de comunicação. Os jornalões e telejornalões deram grande destaque ao que havia
determinado Macri, mas ignoraram totalmente as decisões dos juízes
mencionados que revogaram o decreto que interessava ao grupo Clarin.
Podem imaginar o motivo do silêncio desinformativo?
A propósito de omissão e silêncio midiático, quando os jornalões e
telejornalões vão aprofundar a questão dos 100 milhões de reais de
propinas no governo FHC?
Mário Augusto Jakobskind, jornalista e escritor,
correspondente do jornal uruguaio Brecha; membro do Conselho Curador da
Empresa Brasil de Comunicação (TvBrasil). Consultor de História do IDEA
Programa de TV trasnmitido pelo Canal Universitário de Niterói, Sede UFF
– Universidade Federal Fluminense Seus livros mais recentes: Líbia –
Barrados na Fronteira; Cuba, Apesar do Bloqueio e Parla , lançados no
Rio de Janeiro. Direto da Redaçãoé um fórum de debates editado pelo jornalistaRui Martins.
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